quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

ESCOLHAS, MEDITE NELAS - POR DAVID CHINAGLIA



Para grande parte da população Brasileira 2017 foi um ano de muitas dificuldades, financeiras, familiares e muitos vendo os valores indo embora em prol da manutenção de uma vida material mais saudável sem calcular os limites, pelo menos é o que dizem os espíritos.

Alguns de nós viveram este ano repetição de anos do passado, ou seja, com muitas dificuldades.
Numa conversa com um espírito que já nos cedeu inspirações neste blog, perguntei porque isto estava ocorrendo com pessoas que já haviam sofrido, e recebi a resposta, citando um exemplo que tinha em meus arquivos, e assim quando falei da pessoa em questão, meu companheiro do plano argumentou : "ele mudou? ou voltou a fazer escolhas que comprometeram tudo que tinha aprendido."

Em silêncio vi que meu amigo querido, tinha feito grandes mudanças, mas dentro dele, algumas coisas do passado ainda o perturbavam, havia mudado porém...
Logo entendi que tudo estava se repetindo com ele, por isto, revolta e falta de aceitação, e repetição de erros que já sabia no que o levaria, por teimosia e orgulho, voltou ao ponto de partida mais machucado, mais ferido, com uma grande marca na saúde, que o levou novamente a refletir dentro de nossa doutrina.




José Carlos de Lucca, grande palestrante, espírita e escritor, na sua bela obra CURA E LIBERTAÇÃO, escreveu: "Problemas são pressões que a lei de Evolução realiza para que o homem se aperfeiçoe transformando algo dentro de si mesmo."

Na mesma obra o autor cita que : "sem experimentar dificuldades e obstacúlos, dificilmente o ser humano buscaria seu progresso"







Na obra esquecida de Allan Kardec, O que é o Espiritismo, achamos uma observação feita ao codificador que devemos sempre relembrar.


132. Qual a causa dos males que afligem a humanidade?


O nosso mundo pode ser considerado, ao mesmo tempo, como escola de Espíritos pouco adiantados e cárcere de Espíritos criminosos. Os males da nossa humanidade são a consequência da inferioridade moral da maioria dos Espíritos que a formam. Pelo contato de seus vícios, eles se infelicitam reciprocamente e punem-se uns aos outros.




Companheiros todos nós temos dificuldades, uns mais outros menos, o que precisamos refletir nesta virada de ano, onde o 2017 foi duro para muitos é porque nossos erros estão se repetindo, e agora trazendo como ao meu amigo citado, mais problemas, até de saúde.


E a resposta será a mesma que o espírito me deu; "repetição de atitudes erradas, orgulho, mágoas do passado que sempre voltam para nos testar".

Em tempos onde vemos crenças e fé sendo combatidas e onde vemos falta de atitudes de terceiros conosco, devemos refletir, o que vamos fazer para resolvermos nossos problemas, nossas mazelas, porque uma coisa é certa, a solução passa primeiro por nós, por nossas mudanças.

Rafael nome de meu amigo(devidamente autorizada a citação) que falei no texto, vem sendo ofendido, e abandonado até por familiares mais chegados, no entanto ao invés de gritar, xingar, ou enfrenta-los aplicou o silêncio, o que permite a parte ofensora refletir até onde tem razão, e onde o excesso chegou.

Augusto Cury, em uma de suas frases mais famosas na Internet, diz: "respeite seus próprios limites, quando estiver irritado e ansioso, ame o silêncio, no primeiro minuto de tensão produzimos nossos maiores erros."

Para obtermos de volta a tranquilidade em 2018, procure acertar suas modificações, como disse certa vez a mim o escritor José Carlos De Lucca, é preciso ter coragem para mudar, se você meu amigo ou minha amiga estiver também neste processo de mudança, meus parabéns, pela coragem.

O Plano espiritual da mesma maneira que não pode te garantir a felicidade financeira e material nem mudar sua vida, não pode prejudica-lo, a menos que você aceite a frequência da auto destruição, com ódio, raiva, mágoa, e falta de perdão.

Digo sempre aos meus, que aprendi que o perdão deve ser dado, sempre, Jesus o tratava como fator principal para todos nós.
Chico Xavier dizia que o Perdão é terapeutico, eu posso garantir que Chico estava certo, neste ano lutei pela vida num Hospital de Santos, e as melhoras que tive após delicada cirurgia vieram porque ali conclui o perdão, que devia a alguns inimigos de um passado recente.
Cito isto para entendimento de todos em suas histórias, por ter conseguido de fato ter aplicado a estes seres o perdão pelo que fizeram a minha vida, tive uma recuperação dita pelos médicos como inexplicável.

Miguel grande amigo do plano, espírito que sempre nos ajuda, diz que "só o perdão não resolve, são necessários atitudes, e todos nós devemos toma-las não só agora no final do ano, e no começo de 2018, ao longo de nossas vidas.







Allan Kardec na maior obra da Doutrina Espírita, O Livro dos Espíritos, abordou a felicidade, com os imortais, e trago para lembra-los que existem "momentos felizes", mas, que a felicidade em sua essência será um pouco mais tarde como lemos nas questões 920 e 921.

920. Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?

“Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.”

921. Concebe-se que o homem será feliz na Terra, quando a Humanidade estiver transformada. Mas, enquanto isso não se verifica, poderá conseguir uma felicidade relativa?

“O homem é quase sempre o obreiro da sua própria infelicidade. Pela prática da lei de Deus, a muitos males pode forrar-se, proporcionando a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira.”

Aquele que se acha bem compenetrado de seu destino futuro não vê na vida corporal mais do que uma estação temporária, uma como parada momentânea numa hospedaria de má qualidade. Facilmente se consola de alguns aborrecimentos passageiros de uma viagem que o levará a tanto melhor posição, quanto melhor tenha cuidado dos preparativos para empreendê-la.

Já nesta vida somos punidos pelas faltas que cometemos, das leis que regem a existência corpórea, sofrendo os males consequentes dessas mesmas infrações e dos nossos próprios excessos. Se, gradativamente, remontarmos à origem do que chamamos as nossas desgraças terrenas, veremos que, na maioria dos casos, elas são a consequência de um primeiro afastamento nosso do caminho reto. Desviando-nos deste, enveredamos por outro, mau, e, de consequência em consequência, caímos na desgraça.



Sendo assim, amigas, e amigos, façamos a nossa parte, para que aqueles que nos amam de verdade, sejam filhos, filhas, netos, irmãos, ou amigos enviados a uma mesma jornada para estar conosco, vejam que não perderam tempo conosco, e sobretudo quando olharmos no espelho, vejamos que quando fizemos nossas escolhas, meditamos, e se fizermos mesmo isto, nunca mais erraremos no mesmo lugar, e mudaremos, todos os resultados negativos, e colheremos pelo menos uma parte em vida, como resultado de nossas aceitações, e aprendizado.


Feliz ano novo, um super 2018 á todos, e obrigado sempre.


David Chinaglia, 59, é espírita, palestrante, escritor e editor deste blog, escreve e divulga a Doutrina Espírita de acordo com a codificação de Allan Kardec.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

REFLEXÃO PARA O ANO NOVO - Por Richard Simonetti







richardsimonetti@uol.com.br

Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mor­tos e Cristo te iluminará. Andai prudentemente, não como néscios e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual é a vontade do Senhor. (Epístola aos Efésios, 5:14-17)

Considerando o tempo como o grande tesouro que Deus nos oferece em favor de nossa evolução, onde estivermos poderemos adquirir valiosos patrimônios de experiência e conhecimento, virtude e sabedoria, se não deixarmos que se escoem os minutos, as horas, os dias, os anos, mergulhados no sonambulismo que caracteriza tanta gente, que dorme o sono da indiferença, sob o embalo da ilusão.
O século marca, extrinsecamente, o período de uma vida, valioso patrimônio que Deus nos oferece para experiências evolutivas na Terra.
Mas o valor intrínseco, real do século dependerá do que fizermos dos três bilhões, cento e cinquenta e três milhões e seiscentos mil segundos que o compõem.
A bondade, o amor, a ternura, a mansuetude, a humildade, a compreensão, a paciência, a fé, são valores que “compramos” à custa de dedicação, renúncia, sacrifí­cio, esforço, mas são inalienáveis, jamais os perderemos, habilitando-nos à alegria e à paz onde estivermos, viven­do em plenitude.
Todavia, se não fizermos bom uso do tempo, um século poderá representar para nós mera semeadura de inconsequência e vício, rebeldia e desatino, com colheita obrigatória de sofrimentos e perturbações. Imperioso, portanto, que aproveitemos as horas.
Podemos começar com o que há de errado em nós.
O ví­cio, por exemplo, não representa apenas perda, mas, so­bretudo, comprometimento do tempo, com repercus­sões negativas para o futuro.
Quantos minutos perde o fumante, por ano, no ritual das baforadas de nicotina? Quantas horas precisa trabalhar para alimentar o vício e pagar o tratamento de moléstias que decorrem dele? Quantos dias abreviará de sua existência por comprometer a estabilidade orgânica? Quantos anos sofrerá depois, com os desajustes espiri­tuais correspondentes?
E o maledicente, quantos minutos perde diaria­mente, divagando sobre aspectos menos edificantes do comportamento alheio? E quantas existências gastará depois, às voltas com males que, a custa de enxergar nos outros, sedimentará em si mesmo?
O propósito de vencer um vício, a contenção da língua, a disciplina da palavra e das emoções, os ensaios de humildade, o treinamento da paciência, a disposição de aprender, o desejo de servir e muito mais, devem fazer parte de nosso empenho de cada dia.
Afinal, Deus nos oferece a bênção do Tempo pa­ra as experiências humanas, mas fatalmente receberemos um dia a conta pelos gastos, na aferição de nossa vida, como explica Laurindo Rabelo no notável soneto “O Tempo”.

Deus pede estrita conta do meu tempo,
É forçoso do tempo já dar conta;
Mas, como dar sem tempo tanta conta,
Eu que gastei sem conta tanto tempo!

Para ter minha conta feita a tempo
Dado me foi bem tempo e não fiz nada.
Não quis sobrando tempo fazer conta,
Quero hoje fazer conta e falta tempo.

O vós que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis esse tempo em passatempo:
Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.

Mas, ah! se os que contam com seu tempo
Fizessem desse tempo alguma conta,
Não choravam como eu o não ter tempo.



Richard Simonetti, 81, escritor, espírita, um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita no Brasil e no Mundo é colaborador deste blog desde 2011.



segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A NOSTALGIA DO NATAL - por Richard Simonetti






Um amigo dizia:
– Não sei por que, o Natal traz-me indefinível nostalgia, relacionada com algo importante, es­quecido no passado... Talvez uma ligação afe­tiva, uma situação mais feliz ou – quem sabe? – a própria pureza perdida...
Embora estejamos diante de um paradoxo, já que a gloriosa mensagem natalina deve inspirar sempre alegrias e esperanças, muitos experimentam esse sentimento, associado a situações do pretérito, na existência atual ou em existências anteriores, mas, basi­camente, trata-se da melancolia por um ideal nunca realizado.
O magnetismo divino que emana da manjedoura, nas comemorações natalinas, estabelece o confronto entre as propostas do Evangelho e a realidade de nossa vida. Do distanciamento entre o que somos e o que Jesus recomenda, sustenta-se a nostalgia.
O simples fato de se comemorar o Natal com fes­tas ruidosas, regadas a álcool, com desperdício de di­nheiro e de saúde, em detri­mento dos que não têm o que comer, demonstra como estamos longe dos valores de fraternidade preconizados pela mensagem cristã. Curiosa situação essa, em que se festeja um ani­versário esquecendo o aniversariante e, sobretudo, o sig­nificado de seu natalício.
Lembram-se dele os fiéis nas horas difíceis, espe­rando por suas providências salvadoras, e até mesmo que opere o prodígio de fazê-los felizes, mesmo sem o mere­cerem.
É preciso superar semelhantes equívocos e assu­mir nossas responsabilidades, a partir da compreensão de que Jesus veio para nos ensinar a viver como filhos de Deus. Como o fazem os professores eficientes, exem­plificou suas lições, vivendo-as integralmente, desde a humildade, na manjedoura, ao sacrifício, na cruz. Usando imagens claras e objetivas, retiradas do cotidiano, Jesus fala-nos com a simplicidade da sabedo­ria autêntica e a profundidade da verdade revelada.
Aos que condenam, demonstra, na inesquecível passagem da mulher adúltera, que ninguém pode atirar a primeira pedra, porque todos temos mazelas e imper­feições...
Aos que se perturbam com dificuldades do pre­sente e temores do futuro, recomenda que procurem o Reino de Deus, cumprindo a sua justiça com empenho por levar a sério seus deveres, agindo com retidão de consciência e “tudo mais lhes será dado por acréscimo”...
Aos que se apegam aos bens materiais, recorda que não se pode servir a dois senhores – a Deus e às rique­zas – e relata a experiência de um homem ambicioso que ergueu muitos celeiros e amealhou muitos bens, mas morreu em seguida, sem poder desfrutá-los, nada levan­do para o Além senão um comprometedor envolvimen­to com os enganos do Mundo...
Aos que usam de violência para fazer prevalecer, seus interesses, esclarece que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”...
Em todos os momentos, em qualquer dificuldade ou problema, temos no Evangelho o roteiro precioso a definir a melhor atitude, o comportamento mais adequado, a iniciativa mais justa.
Consumimos rios de dinheiro à procura de conforto, prazer, distração, buscando o melhor para nossa casa, nossa aparência, nossa saúde, e deixamos de lado o recurso supremo, que não custa absolutamente nada: as lições de Jesus.
Se o fizéssemos saberíamos que muitas vezes temos procurado a felicidade no lugar errado, à distância do que ensinou e exemplificou o Cristo, colhendo, invariavelmente, desilusões.
Como reflexão natalina, consideremos o desafio que Jesus nos propõe: encararmos a realidade, compreendendo que a jornada terrestre tem objetivos específicos de renovação e progresso que não podem ser traídos, sob pena de colhermos frustrações e desenganos, em crônica infelicidade Para vencê-lo é indispensável que nos disponhamos a seguir o Cristo, imprimindo suas marcas em nós, a fim de que sejamos marcados pela redenção.




Richard Simonetti,81 anos, é escritor, espírita, dirigente, a mais de 61 anos divulgando da Doutrina Espírita no Brasil e no exterior de acordo a codificação de Allan Kardec, é colaborador deste blog desde 2011, onde escreve semanalmente.