quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

ESCOLHAS, MEDITE NELAS - POR DAVID CHINAGLIA



Para grande parte da população Brasileira 2017 foi um ano de muitas dificuldades, financeiras, familiares e muitos vendo os valores indo embora em prol da manutenção de uma vida material mais saudável sem calcular os limites, pelo menos é o que dizem os espíritos.

Alguns de nós viveram este ano repetição de anos do passado, ou seja, com muitas dificuldades.
Numa conversa com um espírito que já nos cedeu inspirações neste blog, perguntei porque isto estava ocorrendo com pessoas que já haviam sofrido, e recebi a resposta, citando um exemplo que tinha em meus arquivos, e assim quando falei da pessoa em questão, meu companheiro do plano argumentou : "ele mudou? ou voltou a fazer escolhas que comprometeram tudo que tinha aprendido."

Em silêncio vi que meu amigo querido, tinha feito grandes mudanças, mas dentro dele, algumas coisas do passado ainda o perturbavam, havia mudado porém...
Logo entendi que tudo estava se repetindo com ele, por isto, revolta e falta de aceitação, e repetição de erros que já sabia no que o levaria, por teimosia e orgulho, voltou ao ponto de partida mais machucado, mais ferido, com uma grande marca na saúde, que o levou novamente a refletir dentro de nossa doutrina.




José Carlos de Lucca, grande palestrante, espírita e escritor, na sua bela obra CURA E LIBERTAÇÃO, escreveu: "Problemas são pressões que a lei de Evolução realiza para que o homem se aperfeiçoe transformando algo dentro de si mesmo."

Na mesma obra o autor cita que : "sem experimentar dificuldades e obstacúlos, dificilmente o ser humano buscaria seu progresso"







Na obra esquecida de Allan Kardec, O que é o Espiritismo, achamos uma observação feita ao codificador que devemos sempre relembrar.


132. Qual a causa dos males que afligem a humanidade?


O nosso mundo pode ser considerado, ao mesmo tempo, como escola de Espíritos pouco adiantados e cárcere de Espíritos criminosos. Os males da nossa humanidade são a consequência da inferioridade moral da maioria dos Espíritos que a formam. Pelo contato de seus vícios, eles se infelicitam reciprocamente e punem-se uns aos outros.




Companheiros todos nós temos dificuldades, uns mais outros menos, o que precisamos refletir nesta virada de ano, onde o 2017 foi duro para muitos é porque nossos erros estão se repetindo, e agora trazendo como ao meu amigo citado, mais problemas, até de saúde.


E a resposta será a mesma que o espírito me deu; "repetição de atitudes erradas, orgulho, mágoas do passado que sempre voltam para nos testar".

Em tempos onde vemos crenças e fé sendo combatidas e onde vemos falta de atitudes de terceiros conosco, devemos refletir, o que vamos fazer para resolvermos nossos problemas, nossas mazelas, porque uma coisa é certa, a solução passa primeiro por nós, por nossas mudanças.

Rafael nome de meu amigo(devidamente autorizada a citação) que falei no texto, vem sendo ofendido, e abandonado até por familiares mais chegados, no entanto ao invés de gritar, xingar, ou enfrenta-los aplicou o silêncio, o que permite a parte ofensora refletir até onde tem razão, e onde o excesso chegou.

Augusto Cury, em uma de suas frases mais famosas na Internet, diz: "respeite seus próprios limites, quando estiver irritado e ansioso, ame o silêncio, no primeiro minuto de tensão produzimos nossos maiores erros."

Para obtermos de volta a tranquilidade em 2018, procure acertar suas modificações, como disse certa vez a mim o escritor José Carlos De Lucca, é preciso ter coragem para mudar, se você meu amigo ou minha amiga estiver também neste processo de mudança, meus parabéns, pela coragem.

O Plano espiritual da mesma maneira que não pode te garantir a felicidade financeira e material nem mudar sua vida, não pode prejudica-lo, a menos que você aceite a frequência da auto destruição, com ódio, raiva, mágoa, e falta de perdão.

Digo sempre aos meus, que aprendi que o perdão deve ser dado, sempre, Jesus o tratava como fator principal para todos nós.
Chico Xavier dizia que o Perdão é terapeutico, eu posso garantir que Chico estava certo, neste ano lutei pela vida num Hospital de Santos, e as melhoras que tive após delicada cirurgia vieram porque ali conclui o perdão, que devia a alguns inimigos de um passado recente.
Cito isto para entendimento de todos em suas histórias, por ter conseguido de fato ter aplicado a estes seres o perdão pelo que fizeram a minha vida, tive uma recuperação dita pelos médicos como inexplicável.

Miguel grande amigo do plano, espírito que sempre nos ajuda, diz que "só o perdão não resolve, são necessários atitudes, e todos nós devemos toma-las não só agora no final do ano, e no começo de 2018, ao longo de nossas vidas.







Allan Kardec na maior obra da Doutrina Espírita, O Livro dos Espíritos, abordou a felicidade, com os imortais, e trago para lembra-los que existem "momentos felizes", mas, que a felicidade em sua essência será um pouco mais tarde como lemos nas questões 920 e 921.

920. Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?

“Não, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.”

921. Concebe-se que o homem será feliz na Terra, quando a Humanidade estiver transformada. Mas, enquanto isso não se verifica, poderá conseguir uma felicidade relativa?

“O homem é quase sempre o obreiro da sua própria infelicidade. Pela prática da lei de Deus, a muitos males pode forrar-se, proporcionando a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira.”

Aquele que se acha bem compenetrado de seu destino futuro não vê na vida corporal mais do que uma estação temporária, uma como parada momentânea numa hospedaria de má qualidade. Facilmente se consola de alguns aborrecimentos passageiros de uma viagem que o levará a tanto melhor posição, quanto melhor tenha cuidado dos preparativos para empreendê-la.

Já nesta vida somos punidos pelas faltas que cometemos, das leis que regem a existência corpórea, sofrendo os males consequentes dessas mesmas infrações e dos nossos próprios excessos. Se, gradativamente, remontarmos à origem do que chamamos as nossas desgraças terrenas, veremos que, na maioria dos casos, elas são a consequência de um primeiro afastamento nosso do caminho reto. Desviando-nos deste, enveredamos por outro, mau, e, de consequência em consequência, caímos na desgraça.



Sendo assim, amigas, e amigos, façamos a nossa parte, para que aqueles que nos amam de verdade, sejam filhos, filhas, netos, irmãos, ou amigos enviados a uma mesma jornada para estar conosco, vejam que não perderam tempo conosco, e sobretudo quando olharmos no espelho, vejamos que quando fizemos nossas escolhas, meditamos, e se fizermos mesmo isto, nunca mais erraremos no mesmo lugar, e mudaremos, todos os resultados negativos, e colheremos pelo menos uma parte em vida, como resultado de nossas aceitações, e aprendizado.


Feliz ano novo, um super 2018 á todos, e obrigado sempre.


David Chinaglia, 59, é espírita, palestrante, escritor e editor deste blog, escreve e divulga a Doutrina Espírita de acordo com a codificação de Allan Kardec.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

REFLEXÃO PARA O ANO NOVO - Por Richard Simonetti







richardsimonetti@uol.com.br

Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mor­tos e Cristo te iluminará. Andai prudentemente, não como néscios e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual é a vontade do Senhor. (Epístola aos Efésios, 5:14-17)

Considerando o tempo como o grande tesouro que Deus nos oferece em favor de nossa evolução, onde estivermos poderemos adquirir valiosos patrimônios de experiência e conhecimento, virtude e sabedoria, se não deixarmos que se escoem os minutos, as horas, os dias, os anos, mergulhados no sonambulismo que caracteriza tanta gente, que dorme o sono da indiferença, sob o embalo da ilusão.
O século marca, extrinsecamente, o período de uma vida, valioso patrimônio que Deus nos oferece para experiências evolutivas na Terra.
Mas o valor intrínseco, real do século dependerá do que fizermos dos três bilhões, cento e cinquenta e três milhões e seiscentos mil segundos que o compõem.
A bondade, o amor, a ternura, a mansuetude, a humildade, a compreensão, a paciência, a fé, são valores que “compramos” à custa de dedicação, renúncia, sacrifí­cio, esforço, mas são inalienáveis, jamais os perderemos, habilitando-nos à alegria e à paz onde estivermos, viven­do em plenitude.
Todavia, se não fizermos bom uso do tempo, um século poderá representar para nós mera semeadura de inconsequência e vício, rebeldia e desatino, com colheita obrigatória de sofrimentos e perturbações. Imperioso, portanto, que aproveitemos as horas.
Podemos começar com o que há de errado em nós.
O ví­cio, por exemplo, não representa apenas perda, mas, so­bretudo, comprometimento do tempo, com repercus­sões negativas para o futuro.
Quantos minutos perde o fumante, por ano, no ritual das baforadas de nicotina? Quantas horas precisa trabalhar para alimentar o vício e pagar o tratamento de moléstias que decorrem dele? Quantos dias abreviará de sua existência por comprometer a estabilidade orgânica? Quantos anos sofrerá depois, com os desajustes espiri­tuais correspondentes?
E o maledicente, quantos minutos perde diaria­mente, divagando sobre aspectos menos edificantes do comportamento alheio? E quantas existências gastará depois, às voltas com males que, a custa de enxergar nos outros, sedimentará em si mesmo?
O propósito de vencer um vício, a contenção da língua, a disciplina da palavra e das emoções, os ensaios de humildade, o treinamento da paciência, a disposição de aprender, o desejo de servir e muito mais, devem fazer parte de nosso empenho de cada dia.
Afinal, Deus nos oferece a bênção do Tempo pa­ra as experiências humanas, mas fatalmente receberemos um dia a conta pelos gastos, na aferição de nossa vida, como explica Laurindo Rabelo no notável soneto “O Tempo”.

Deus pede estrita conta do meu tempo,
É forçoso do tempo já dar conta;
Mas, como dar sem tempo tanta conta,
Eu que gastei sem conta tanto tempo!

Para ter minha conta feita a tempo
Dado me foi bem tempo e não fiz nada.
Não quis sobrando tempo fazer conta,
Quero hoje fazer conta e falta tempo.

O vós que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis esse tempo em passatempo:
Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.

Mas, ah! se os que contam com seu tempo
Fizessem desse tempo alguma conta,
Não choravam como eu o não ter tempo.



Richard Simonetti, 81, escritor, espírita, um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita no Brasil e no Mundo é colaborador deste blog desde 2011.



segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A NOSTALGIA DO NATAL - por Richard Simonetti






Um amigo dizia:
– Não sei por que, o Natal traz-me indefinível nostalgia, relacionada com algo importante, es­quecido no passado... Talvez uma ligação afe­tiva, uma situação mais feliz ou – quem sabe? – a própria pureza perdida...
Embora estejamos diante de um paradoxo, já que a gloriosa mensagem natalina deve inspirar sempre alegrias e esperanças, muitos experimentam esse sentimento, associado a situações do pretérito, na existência atual ou em existências anteriores, mas, basi­camente, trata-se da melancolia por um ideal nunca realizado.
O magnetismo divino que emana da manjedoura, nas comemorações natalinas, estabelece o confronto entre as propostas do Evangelho e a realidade de nossa vida. Do distanciamento entre o que somos e o que Jesus recomenda, sustenta-se a nostalgia.
O simples fato de se comemorar o Natal com fes­tas ruidosas, regadas a álcool, com desperdício de di­nheiro e de saúde, em detri­mento dos que não têm o que comer, demonstra como estamos longe dos valores de fraternidade preconizados pela mensagem cristã. Curiosa situação essa, em que se festeja um ani­versário esquecendo o aniversariante e, sobretudo, o sig­nificado de seu natalício.
Lembram-se dele os fiéis nas horas difíceis, espe­rando por suas providências salvadoras, e até mesmo que opere o prodígio de fazê-los felizes, mesmo sem o mere­cerem.
É preciso superar semelhantes equívocos e assu­mir nossas responsabilidades, a partir da compreensão de que Jesus veio para nos ensinar a viver como filhos de Deus. Como o fazem os professores eficientes, exem­plificou suas lições, vivendo-as integralmente, desde a humildade, na manjedoura, ao sacrifício, na cruz. Usando imagens claras e objetivas, retiradas do cotidiano, Jesus fala-nos com a simplicidade da sabedo­ria autêntica e a profundidade da verdade revelada.
Aos que condenam, demonstra, na inesquecível passagem da mulher adúltera, que ninguém pode atirar a primeira pedra, porque todos temos mazelas e imper­feições...
Aos que se perturbam com dificuldades do pre­sente e temores do futuro, recomenda que procurem o Reino de Deus, cumprindo a sua justiça com empenho por levar a sério seus deveres, agindo com retidão de consciência e “tudo mais lhes será dado por acréscimo”...
Aos que se apegam aos bens materiais, recorda que não se pode servir a dois senhores – a Deus e às rique­zas – e relata a experiência de um homem ambicioso que ergueu muitos celeiros e amealhou muitos bens, mas morreu em seguida, sem poder desfrutá-los, nada levan­do para o Além senão um comprometedor envolvimen­to com os enganos do Mundo...
Aos que usam de violência para fazer prevalecer, seus interesses, esclarece que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”...
Em todos os momentos, em qualquer dificuldade ou problema, temos no Evangelho o roteiro precioso a definir a melhor atitude, o comportamento mais adequado, a iniciativa mais justa.
Consumimos rios de dinheiro à procura de conforto, prazer, distração, buscando o melhor para nossa casa, nossa aparência, nossa saúde, e deixamos de lado o recurso supremo, que não custa absolutamente nada: as lições de Jesus.
Se o fizéssemos saberíamos que muitas vezes temos procurado a felicidade no lugar errado, à distância do que ensinou e exemplificou o Cristo, colhendo, invariavelmente, desilusões.
Como reflexão natalina, consideremos o desafio que Jesus nos propõe: encararmos a realidade, compreendendo que a jornada terrestre tem objetivos específicos de renovação e progresso que não podem ser traídos, sob pena de colhermos frustrações e desenganos, em crônica infelicidade Para vencê-lo é indispensável que nos disponhamos a seguir o Cristo, imprimindo suas marcas em nós, a fim de que sejamos marcados pela redenção.




Richard Simonetti,81 anos, é escritor, espírita, dirigente, a mais de 61 anos divulgando da Doutrina Espírita no Brasil e no exterior de acordo a codificação de Allan Kardec, é colaborador deste blog desde 2011, onde escreve semanalmente.



quarta-feira, 8 de novembro de 2017

JESUS MUITO ALÉM DO HOMEM - por David Chinaglia






Quando pensarmos em Jesus, devemos pelo menos pelo que estudei, pelo que ouvi, pensar no conteúdo, na mensagem, na lição, menos no Homem, menos até no fato se ele existiu ou não.
Como agora, vem um historiador dizer que o mestre amigo foi obra da criação Romana para dar uma lição de impostos, por tempos onde a notícia, era fabricada e lenta ao povo sem estudo e conhecimento, cabe aqui refletirmos, em qual Jesus queremos para nós.

Cabe analisar que a Ciência e a História nunca andaram juntas, no conceito Jesus, muito diferente da Igreja, e depois das que se sucederam a ela, e ao próprio espiritismo.

O espírito em si, transmitido pelas lições e pela fé de Jesus, valem muito mais que ele, em si como ser humano, mesmo que amanhã a mesma história e a mesma ciência o desmintam.
Não tenho o direito, como nenhum espírita, historiador ou escritor pode faze-lo de tirar a fé, a crença das pessoas.
Sabemos que muitas inclusive morrem crendo no que nunca existiu, até mesmo dentro da doutrina espírita existem fatos que não são fatos verdadeiros, como vemos no Brasil por exemplo, que navega pela nave do imaginário, em vários quesitos.
No entanto pensei muito, pesquisei muito, para chegar até aqui e falar com as senhoras, e com senhores, o que importa para nós se Jesus de fato existiu ou não?

Reflita nisto por alguns minutos.

O que vale não são os exemplos ? a lição de amor, a educação reta que ele tinha? a mim nunca importou o homem, se teve ou não um relacionamento com Madalena, se era ou não amado pelas irmãs de Lázaro, se a história ou teólogos provarem que ele não existiu,  pouco muda, tiram o homem, jamais o que ele significa ou significará.

Pessoalmente acredito que o "Projeto Jesus" está muito acima das coisas citadas acima, Jesus ao longo de 2017 anos, ficou maior do que ele mesmo esperava, do que se projetou na sua vida, ou na sua criação, foi além de ser um temor, foi mais que uma causa, e muito além da imaginação.

Então onde ficam os milagres? no mesmo lugar de sempre que o Espiritismo, explica, a doutrina Universal que fala claramente que necessariamente um nome dado a um espírito, não quer dizer que foi ele que atuou e sim um agrupamento de espíritos que aceitaram a nomenclatura do planeta Terra.

O que não podemos perder é nossa fé, no conteúdo, é nossa crença na mensagem, que esta sim talvez seja a maior mensagem deixada na terra, e pouco importa que caminho foi tomado.

Sabemos que devemos separar sempre o joio do trigo, e até na fé isto se aplica, pois sabemos que falsos mensageiros, foram usados, e sempre o serão.


Somos reféns da ignorância, a Bíblia foi escrita por cerca de 40 homens, mais ou menos entre 1500 AC e 450 AC, logo muita coisa foi ignorada, tanto pelos autores, é dado a Paulo a frase, que todo texto é inspirado por Deus, porém hoje sabemos que Deus que Paulo falava, podem ser espíritos superiores, e não somente um ser UNO querendo ditar uma regra técnica ou básica de vida.

A Bíblia virou instrumento de poder, tanto que por mais de 600 anos, somente a Igreja tinha exemplares e as usavam como instrumento de poder.
O povo, não sabia em sua maioria ler,nem escrever, os poucos ficaram doutores da lei, assim como padres, e pastores se apoderaram de verdades, usando o nome de Deus, e do próprio Jesus, portanto nem sempre para o mesmo fim, e talvez num uso pior do que fez ROMA, se esta versão de que o mestre jamais existiu seja verdade.

Não podemos polemizar mais do que o assunto sugere, somos lidos por jovens sem fé, por idosos que não estão sabendo lidar com a notícia, motivo pelo qual estamos aqui falando de maneira simples para os que podemos.

A força de Jesus, está mais no conteúdo, do que no fato cientifico que já foi desmentido que o corpo dele subiu aos céus fato, que ninguém hoje admite como verdadeiro, por ser fisicamente impossível, pela própria igreja isto é evitado, ela que tem seu departamento de pesquisas, e ciências, pois se não se atualizar fica presa no tempo e na história.

Perguntará o leitor, se ele não existiu como sobreviveu ? Pelo conteúdo meus amigos, o conteúdo Jesus é maior do que ele si.

Jesus ao meu ver, tenha ou não existido está numa linha de pensamento muito acima, num nível muito superior, quem se passou por ele caso não tenha existido foi sem dúvida instrumento de algo muito acima do certo ou do errado, pois mantém sua mensagem 2017 anos depois.

Não sei o que será do calendário, da vida sem Jesus, do Cristianismo, se o Cristo foi criado, sei que algumas verdades se tornarão fatos, tipo : "muitos serão chamados, e poucos serão escolhidos", para viver sem a presença física mesmo a milhares de anos será para poucos.

Acreditar num homem é mais fácil do que acreditar nos fatos que ele deixou, na lição e na moral que ele deixou.
Repito a todos, que o conteúdo Jesus, para mim, é mais importante do que o homem Jesus.

Existem coisas que não temos entendimento, desafios pelos quais estamos passando nestes tempos, onde perdemos o endereço da fé.

Em todos os escritos peço sempre, não percam a fé, não em Deus, não em Jesus, mas no todo que sabemos foi enviado de um plano espiritual, que está ao nosso alcance, basta entender como.
E para isto a doutrina espírita de Kardec está aqui, e apesar de combatida, não foi desmentida pela história nem pela ciência, muito pelo contrário.

Hoje ao escrever novamente sobre este tema, recebi a mensagem que Deus não está num lugar, e sim, em tudo que vemos, se você olhar assim ficará mais fácil viver de hoje em diante, pode ser, porém, olhe muito mais, olhe no conteúdo, no todo Deus e Jesus.
Não está provado nem que Jesus existiu, tão pouco se ele foi uma criação do governo de Roma, mas, está sim provado que o conteúdo Jesus existiu e existe de várias formas e nisto devemos manter nossas crenças.


Ser humano de fé? será aquele que sem poder provar a vida terrena de Jesus no seu conteúdo acreditar.


Sempre disse muito antes de teólogo aparecer que se Jesus, voltasse a Terra teria que fazer uma grande campanha publicitária para provar que ele era Jesus, como nós foi dito, porém algo que não precisamos, é ver para crer.
Isto nem sempre nos mostra, pois diz a Bíblia que somente o temente a Deus prosseguirá, e aqui está nosso desafio.

Não temer a Deus, Jesus, seja lá qual for a nomenclatura, e sim temer a nós, pois somos os destruidores de nós mesmos, nossa mente, nossa necessidade de criar, de saber, de ser dono da verdade, e se ele aqui estivesse diria, "Oh pobres ignorantes, jamais irão aprender".

Precisamos largar do ver para crer,o segredo está em entender, dentro do que nos permite os tempos atuais, para que não sejamos vencidos por nossas próprias dúvidas e respostas.

Que resposta você quer ouvir? o que é certo? o que acredita ser verdade, ou o que lhe está evidente dentro dos espíritos superiores, que temos que acreditar no conteúdo e jamais nos homens.

Milhões de nós não possuem a necessidade daquele Deus UNO, sentado no trono, este se findou, mas no Deus como vemos no Evangelho Espírita, e sobretudo na pergunta número um do Livro dos Espíritos.










1. O Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. 



2. Que se deve entender por infinito?


“O que não tem começo nem fim; o desconhecido; tudo que é desconhecido é infinito.”



3. Poder-se-ia dizer que Deus é o infinito?
“Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, insuficiente para definir o que está acima de sua inteligência.”


Deus é infinito em Suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é oinfinito é tomar o atributo de uma coisa pela coisa mesma, é definir uma coisa que não é conhecida por uma outra que não o é mais do que a primeira. 4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?

“Num axioma que aplicais às vossas ciências: Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.

5. Que consequência se pode tirar do sentimento intuitivo que todos os homens trazem em si da existência de Deus?
“A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio de que não há efeito sem causa.”




Acredito Senhoras e Senhores, que o entendimento destas questões, podem vos garantir uma vida, mesmo sem a comprovação técnica que Jesus esteve aqui, porque ao aceitar o que  o LE nos ensina saberemos, que algo muito maior que Jesus, está aqui, a vida, e que na vida além da vida, existe vida, e necessariamente não depende de um único homem que tenha passado pelo planeta Terra, e sim na sua mensagem.
Mas que mensagem foi criada em torno dele,? e de seu conteúdo, por isto, para nós ele vive e sempre viverá na verdade como parte de um todo, e não somente como um homem que passou por aqui, e que vive, pelo seu conteúdo, por espíritos acima dele e iguais ao que ele teria sido, para que o nosso todo EXISTA de fato.


FÉ! sempre.




David Chinaglia, 59, é espírita, palestrante, pesquisador e seguidor da Doutrina Espírita de acordo com a codificação de Allan Kardec.
E-mails sobre o tema e outros podem ser enviados para davidchinaglia@gmail.com









segunda-feira, 6 de novembro de 2017

TODA UMA BIBLIOTECA - POR RICHARD SIMONETTI




Empirismo, como sabe o prezado leitor, é o princípio segundo o qual todo conhecimento provém da experiência.

Um político norte-americano discursava para uma comunidade indígena, fazendo promessas de campanha relacionadas com os benefícios que prestaria aos índios se fosse eleito. Durante sua fala e principalmente ao final, os índios gritavam em uníssono: oia, oia! Satisfeito com tal receptividade, o político caminhava distraído pelo campo em direção ao seu automóvel, quando, inadvertidamente, pisou sobre um montículo de estrume, o cocô de boi.

O assessor indígena logo advertiu:
Cuidado com a oia!
Pois é, leitor amigo, o político literalmente aprendeu pela própria experiência que oia não era exatamente uma saudação.
Isso é empirismo.





         John Locke (1632-1704), filósofo inglês, sistematizou essa ideia, situando a nossa mente como uma tábula rasa, um estado de vazio completo, ao nascermos. Seria uma página em branco, que iríamos preenchendo durante a existência.
         Duas etapas seriam observadas: A sensação, colhida por intermédio dos sentidos, portas de contato com a realidade exterior e a reflexão, que sistematiza o resultado das sensações. Não haveria, por isso, tendências ou ideias inatas.  Seria tudo fruto da experiência e das pressões do ambiente.
Curiosamente, o próprio Locke era evidente negação de sua teoria. Homem brilhante, destacou-se como professor, médico, ensaísta, cientista, filósofo, religioso, político… Foi conselheiro de um lorde inglês, tutor de seus filhos e médico de toda a família. Antes mesmo que recebesse diploma de médico, graças a seus conhecimentos teóricos, dispôs-se a efetuar o parto de uma das filhas de seu patrão e, em seguida operou o avô da jovem, extraindo um tumor de seu peito, em delicada cirurgia.
Raro exemplar de político honesto, ajudou a redigir uma constituição para colônias inglesas, destacando um programa de tolerância política, social e religiosa. Colaborou no desenvolvimento das indústrias na Inglaterra e foi pioneiro no princípio de participação dos operários nos lucros das empresas.
Batalhou, no campo das ideias, em favor da imprensa livre, considerando-a fundamental para evitarem-se regimes ditatoriais e monarcas despóticos. Incansável na defesa da liberdade de consciência, admitia que todas as religiões têm pontos básicos em comum e que não é razoável haver hostilidade entre os religiosos.
E era um homem de .  O fato de Locke crer em Deus é algo inusitado, porquanto o empirismo é incompatível com a experiência religiosa. Não podemos ter um contato com o Criador a partir dos sentidos físicos.
Tão amplos eram seus conhecimentos, tão brilhante a sua erudição, tão grande a sua competência, em variados setores de atividade, que nãocomo conter tudo isso nos acanhados limites de uma única existência. Locke foi um Espírito milenar em trânsito pela carne, trazendo farta bagagem de vivências anteriores.
E embora adepto do empirismo na abordagem do Mundo, privilegiava, como todo Espírito superior, a sensibilidade, o sentimento elevado, no trato com os problemas humanos e o semelhante. Por isso, dizia bem humorado: O homem que vive de acordo com a razão tem o coração de uma máquina de costura.
         Nos últimos tempos, prestes a desencarnar, Locke chamou os amigos e disse-lhes que podiam se alegrar por eleFinalmente iria encontrar o caminho para a verdade infalível, além de todas as dúvidas humanas.
         Como filósofo e como religioso, que admitia a existência e sobrevivência da alma humana, faltou-lhe o conhecimento fundamental – a reencarnação.
Saberia, então, que ao nascer não trouxe uma página em branco, como supunha, mas toda uma biblioteca contida em seus registros espirituais, que fizeram dele uma das mais destacadas personalidades do século XVII.



Richard Simonetti, 81, é espírita, escritor, dirigente espírita um dos maiores divulgadores da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, é colaborador semanal deste blog.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

EVOCAÇÃO LOGO APÓS A MORTE - ALLAN KARDEC






Nota do editor do Blog:

Senhoras e Senhoras, em face as muitas perguntas sobre pessoas, recém falecidas, que voltam para mensagens 48 a 72 horas após sua morte física, viemos trazer trabalhos de Kardec na prática sobre o tema, que não é um fato novo, dentro do Espiritismo, era muito comum, no tempo de Allan Kardec. O tema voltou com fatos e noticias de famílias de altos empresários que morrem indo buscar médiuns famosos, para uma "última comunicação", outras pessoas comuns em busca de contato logo na partida, e a volta em MASSA do medo da morte, outro fato que nos levou a trazer estes exemplos.

Porém é preciso alertar, que não funciona assim, é preciso haver sido planejado pelo espírito que partiu, estudado, e autorizado, pelos espíritos que coordenam em auxílio, o recém chegado ao plano precisa de merecimento.

Uma questão de crença no fato, estudo, conhecimento, e permissão, como explicava Kardec. Em O Céu e o Inferno existe um texto que utilizaremos para explicar melhor.
Não é também qualquer médium, qualquer equipe que está apta a um contato, mostraremos o exemplo do Sr.Sanson transcrito por Allan Kardec no capítulo II ESPÍRITOS FELIZES, para um melhor entendimento do assunto, para que o tema, seja mais focado, em vossos estudos. 

E Também a comunicação a seguir dela, para um entendimento maior, quem não tem o Livro pode na edição da Lake ver na tradução de J.Herculano Pires, outros fatos relatados, e também na clássica obra da Revista Espírita que Kardec editava na França entre os anos de 1857 á 1869.

Estudar sempre, conhecer sempre, e lembre, a morte física jamais deve ser temida, é um processo programado, A VIDA CONTINUA.


O Sr. Sanson, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, morreu no dia 21 de abril de 1862, depois de um ano de cruéis sofrimentos. Prevendo seu fim, ele dirigira ao presidente da Sociedade uma carta contendo a passagem seguinte:


“Em caso de surpresa pela desagregação de minha alma e de meu corpo, tenho a honra de vos relembrar um pedido que vos fiz há cerca de um ano; evocar meu Espírito o mais imediatamente possível e com a maior frequência que julgardes apropriada, a fim de que, membro assaz inútil de nossa Sociedade durante minha presença na terra, eu lhe possa servir de alguma coisa no além-túmulo, dando-lhe os meios de estudar fase por fase, nessas evocações, as diversas circunstâncias que se seguem ao que o vulgo chama de morte, mas que, para nós, espíritas, não é senão uma transformação, segundo os desígnios impenetráveis de Deus, mas sempre útil à finalidade que ele se propõe.


“Além desta autorização e pedido para me fazerem a honra dessa espécie de autópsia espiritual, que meu avanço demasiado pouco tornará talvez estéril, caso em que vossa sabedoria vos conduzirá naturalmente a não levar além de um certo número de tentativas, ouso pedir-lhes pessoalmente, assim como a todos os meus colegas, de ter a bondade de suplicar ao Onipotente que permita aos bons Espíritos assistir-me com seus conselhos benevolentes, em particular São Luís, nosso presidente espiritual, com a finalidade de me guiar na escolha e sobre a época de uma reencarnação; pois, desde já, isso me ocupa muito; temo enganar-me sobre minhas forças espirituais, e pedir a Deus, cedo demais, e presunçosamente demais, um estado corporal no qual eu não poderia justificar a bondade divina, o que, em vez de servir para meu avanço, prolongaria minha estada na terra ou em outro lugar, no caso de eu falhar.”


Para nos conformarmos ao seu desejo de ser evocado o mais cedopossível depois de sua morte, fomos à casa mortuária com alguns membros da Sociedade, e, na presença do corpo, a conversa seguinte ocorreu uma hora antes da inumação. Tínhamos aí um duplo objetivo, o de cumprir uma última vontade, e o de observar uma vez mais a situação da alma num momento tão próximo da morte, e isso num homem eminentemente inteligente e esclarecido, e profundamente penetrado das verdades espíritas; tínhamos que constatar ainfluência dessas crenças sobre o estado do Espírito, a fim de perceber suas primeiras impressões. Nossa expectativa não se enganou; o Sr. Sanson descreveu com perfeita lucidez o instante da transição; ele se viu morrer e se viu renascer, circunstância pouco comum, e que se devia à elevação de seu Espírito.




(Câmara mortuária, 23 de abril de 1862.)




1. Evocação. - Venho ao vosso apelo para cumprir minha promessa.


2. Meu caro senhor Sanson, é para nós um dever e um prazer evocar-vos o mais cedo possível depois de vossa morte, assim como desejastes. – R. É uma graça especial de Deus que permite ao meu Espírito poder se comunicar; agradeço-vos vossa boa vontade; mas estou fraco e tremo.


3. Estáveis tão doente que podemos, penso eu, perguntar-vos como estais agora. Ainda sentis dores? Que sensação experimentais comparando vossa situação presente com a de há dois dias? – R. Minha posição é bem feliz, pois não sinto mais nada de minhas antigas dores; estou regenerado e novo em folha, como dizeis aí. A transição da vida terrestre à vida dos Espíritos tinha no início tornado tudo incompreensível para mim, pois ficamos às vezes vários dias sem recuperar nossa lucidez; mas, antes de morrer, fiz uma prece a Deus e lhe pedi para poder falar com aqueles que amo, e Deus ouviu-me.


4. Ao fim de quanto tempo recuperastes a lucidez de vossas ideias? – R. Ao fim de oito horas; Deus, repito-vos, me dera um sinal de sua bondade; ele me julgara suficientemente digno, e nunca poderei agradecer-lhe o bastante.


5. Estais bem certo de não ser mais do nosso mundo, e em que o constatais? – R. Oh! Decerto que não, não sou mais do vosso mundo; mas estarei sempre perto de vós para vos proteger e apoiar, a fim de pregar a caridade e a abnegação que foram os guias da minha vida; e depois, ensinarei a fé verdadeira, a fé espírita, que deve reerguer a crença do justo e do bom; estou forte e muito forte, transformado, numa palavra; vós não reconheceríeis mais o velhote enfermo que devia esquecer tudo, deixando longe de si todo prazer, toda alegria. Sou Espírito; minha pátria é o espaço, e meu futuro, Deus, que irradia na imensidão. Gostaria muito de poder falar com meus filhos, pois lhes ensinaria tudo aquilo que eles sempre tiveram a má vontade de não acreditar.


6. Que efeito vos faz experimentar a visão de vosso corpo, aqui ao lado? – R. Meu corpo, pobre e ínfimo resto mortal, tu deves ir para o pó, e eu guardo a boa recordação de todos aqueles que me estimavam. Olho essa pobre carne deformada, morada do meu espírito, prova de tantos anos! Obrigado, meu pobre corpo! Purificaste meu Espírito, e o sofrimento dez vezes santo deu-me um lugar bem merecido, visto que encontro imediatamente a faculdade de vos falar.


7. Conservastes vossas ideias até o último momento? – R. Sim, meu Espírito conservou suas faculdades; eu não via mais, mas pressentia; toda a minha vida se desenrolou diante da minha recordação, e meu último pensamento, minha última prece foi poder falar-vos, o que estou fazendo; e depois pedi a Deus que vos protegesse, a fim de que o sonho da minha vida

fosse realizado.


8. Tivestes consciência do momento em que vosso corpo deu o último suspiro? O que se passou convosco nesse momento? Que sensação experimentastes? – R. A vida se rompe e a visão, ou melhor, a visão do Espírito se extingue; encontra-se o vazio, o desconhecido, e, levado por não sei qual prestígio, encontramo-nos num mundo onde tudo é alegria e grandeza. Eu não sentia mais, não me dava conta, no entanto uma felicidade inefável me plenificava; não sentia mais o peso da dor.


9. Tendes conhecimento... (do que me proponho a ler sobre vosso túmulo?)


Observação: Mal as primeiras palavras da pergunta foram pronunciadas e o Espírito responde antes de acabar. Ademais, ele responde, e sem pergunta formulada, a uma discussão que se levantara entre os assistentes, sobre a oportunidade de ler essa comunicação no cemitério, devido às pessoas que poderiam não compartilhar essas opiniões.


R. Oh! Meu amigo, eu o sei, pois vos vi ontem, e vejo-vos hoje; minha satisfação é bem grande!...Obrigado! obrigado! Falai, a fim de que me compreendam e que vos estimem! Não temais nada, pois respeita-se a morte; falai portanto, a fim de que os incrédulos tenham fé. Adeus; falai; coragem, confiança, e que meus filhos possam se converter a uma crença reverenciada!

J. SANSON.


Durante a cerimônia do cemitério, ele ditou as palavras seguintes:


Que a morte não vos apavore, meus amigos; ela é uma etapa para vós, se soubestes bem viver; ela é uma bem-aventurança, se houverdes merecido dignamente e cumprirdes bem vossas provas. Repito-vos: Coragem e boa vontade! Não atribuais senão um valor medíocre aos bens da terra, e sereis recompensados; não se pode gozar demasiado, sem privar outros do bem-estar,e sem se fazer moralmente um mal imenso. Que a terra me seja leve!II




(Sociedade Espírita de Paris, 25 de abril de 1862.)




1. Evocação. – R. Meus amigos, estou perto de vós.


2. Estamos muito felizes pela conversa que tivemos convosco no dia do vosso sepultamento, e visto que vós o permitis, ficaremos encantados de completá-la para nossa instrução. – R. Estou completamente preparado, feliz que penseis em mim.


3. Tudo aquilo que pode nos esclarecer sobre o estado do mundo invisível e fazer-nos compreendê-lo é um alto ensinamento, porque é a ideia falsa que se faz dele que conduz quase sempre à incredulidade. Não fiqueis então surpreendido com as perguntas que poderemos dirigir-vos. – R. Não ficarei espantado, e espero vossas perguntas.


4. Vós descrevestes com uma luminosa claridade a passagem da vida à morte; dissestes que no momento em que o corpo dá o último suspiro, a vida se rompe, e a vista do Espírito se extingue. Esse momento é acompanhado por uma sensação penosa, dolorosa? – R. Sem dúvida, pois a vida é uma sucessão contínua de dores, e a morte é o complemento de todas as dores; daí um dilaceramento violento, como se o Espírito tivesse de fazer um esforço sobre-humano para escapar de seu invólucro, e é esse esforço que absorve todo nosso ser e lhe faz perder o conhecimento do que ele se torna.


Observação: Esse caso não é geral. A experiência prova que muitos Espíritos desmaiam antes de expirar, e que naqueles que chegaram a um certo grau de desmaterialização, a separação se opera sem esforços.


5. Sabeis se há Espíritos para os quais esse momento é mais doloroso? Ele é mais penoso, por exemplo, para o materialista, para aquele que acredita que tudo acaba nesse momento para ele? – R. Isso é certo, pois o Espírito preparado já esqueceu o sofrimento, ou melhor, ele está habituado a ele, e a quietude com a qual vê a morte impede-o de sofrer duplamente, porque sabe o que o aguarda. A pena moral é a mais forte, e sua ausência no instante da morte é um alívio bem grande. Aquele que não crê parece-se com o condenado à pena capital e cujo pensamento vê a faca e o desconhecido. Há semelhança entre essa morte e a do ateu.


6. Há materialistas bastante endurecidos para crer seriamente, nesse momento supremo, que vão ser mergulhados no nada? –


R. Sem dúvida, até a última hora há os que creem no nada; mas, no momento da separação, o Espírito tem um retorno profundo; a dúvida toma conta dele e tortura-o, pois ele se pergunta o que se vai tornar; ele quer perceber algo e não pode. A separação não se pode fazer sem essa impressão. Observação: Um Espírito nos deu, numa outra circunstância, o seguinte quadro do fim do incrédulo:


“O incrédulo endurecido experimenta nos últimos momentos as angústias desses pesadelos terríveis onde se está à beira de um precipício, prestes a cair no abismo; fazem-se inúteis esforços para fugir, e não se pode andar; quer-se agarrar-se a algo, alcançar um ponto de apoio, e sente-se escorregar; quer-se chamar e não se consegue articular nenhum som; é então que se vê o moribundo torcer, crispar as mãos e dar gritos abafados, sinais certos do pesadelo do qual é presa. No pesadelo comum, o despertar tira-vos da agitação, e vós vos sentis felizes por reconhecer que era só um sonho; mas o pesadelo da morte se prolonga frequentemente por muito tempo, até anos, além da morte, e o que torna a sensação ainda mais penosa para o Espírito, são as trevas em que por vezes ele está mergulhado.”


7. Dissestes que no momento de morrer não víeis mais, mas que pressentíeis. Não víeis mais corporalmente, isso se compreende; mas, antes que a vida se extinguisse, entrevíeis já a claridade do mundo dos Espíritos?


– R. É o que eu disse anteriormente: o instante da morte dá a clarividência ao Espírito; os olhos não veem mais, mas o Espírito, que possui uma visão bem mais profunda, descobre instantaneamente um mundo desconhecido, e aparecendo-lhe subitamente a verdade, dá-lhe, momentaneamente é certo, ou uma alegria profunda, ou uma dor inexprimível, segundo o estado de sua consciência e a recordação de sua vida passada. Observação: Trata-se do instante que precede aquele em que o Espírito perde conhecimento, o que explica o emprego da palavra momentaneamente, pois as mesmas impressões agradáveis ou penosas continuam ao despertar.






8. Tende a bondade de nos dizer o que, no instante em que vossos olhos se reabriram à luz, vos impressionou, o que vistes. Tende a bondade de nos descrever, se for possível, o aspecto das coisas que se ofereceram a vós.


– R. Assim que pude voltar a mim, e ver o que tinha diante dos olhos, estava como ofuscado, e não me dava conta, porque a lucidez não volta instantaneamente. Mas Deus, que me deu um sinal profundo de sua bondade, permitiu que eu recuperasse minhas faculdades. Vi-me rodeado de inúmeros e fiéis amigos. Todos os Espíritos protetores que vêm nos assistir, me rodeavam e me sorriam; uma felicidade sem igual os animava, e eu mesmo, forte e de boa saúde, podia, sem esforço, me transportar através do espaço. O que eu vi não tem nome nas línguas humanas.


Virei, ademais, falar-vos mais amplamente de todas as minhas venturas, sem ultrapassar porém o limite que Deus exige. Sabei que a felicidade, tal como a entendeis entre vós, é uma ficção. Vivei sabiamente, santamente, no espírito de caridade e de amor, e tereis preparado para vós impressões que vossos maiores poetas não saberiam descrever.


Observação: Os contos de fadas estão sem dúvida cheios de coisas absurdas; mas não seriam eles, em alguns pontos, a pintura do que acontece no mundo dos Espíritos? Não se parece o relato do Sr. Sanson com o de um homem que, adormecido numa pobre e obscura cabana, despertasse num palácio esplêndido, no meio de uma corte brilhante?

III
9. Com que aspecto os Espíritos se apresentaram a vós? Com o da forma humana?


– R. Sim, meu caro amigo, os Espíritos nos haviam ensinado na terra que eles conservavam no outro mundo a forma transitória que tinham tido na terra, e é a verdade. Mas que diferença entre a máquina informe que se arrasta penosamente com seu cortejo de provas, e a fluidez maravilhosa do corpo dos Espíritos! A feiura não existe mais, pois os traços perderam a dureza de expressão que forma o caráter distintivo da raça humana. Deus beatificou todos aqueles corpos graciosos, que se movem com todas as elegâncias da forma; a linguagem tem entonações intraduzíveis para vós, e o olhar tem a profundidade de uma estrela. Tentai, pelo pensamento, ver o que Deus pode fazer na sua onipotência, ele que é o arquiteto dos arquitetos, e tereis uma fraca ideia da forma dos Espíritos.


10. Quanto a vós, como vos vedes? Reconheceis em vós uma forma limitada, circunscrita, embora fluídica? Sentis em vós uma cabeça, um tronco, braços, pernas? – R. O Espírito, tendo conservado sua forma humana, masdivinizada, idealizada, tem, sem contradita, todos os membros de que falais. Sinto em mim perfeitamente pernas e dedos, pois podemos, por nossa vontade, aparecer-vos ou pressionar-vos as mãos. Estou perto de vós e apertei a mão de todos os meus amigos, sem que eles tivessem tido consciência disso; nossa fluidez pode estar em toda parte sem obstruir o espaço, sem dar nenhuma sensação, se for esse o nosso desejo. Neste momento, vós estais de mãos cruzadas e eu tenho as minhas nas vossas. Digo-vos: eu vos amo, mas meu corpo não ocupa lugar, a luz o atravessa, e o que chamaríeis um milagre, se ele fosse visível, é para os Espíritos a ação contínua de todos os instantes.


A visão dos Espíritos não tem relação com a visão humana, assim como seu corpo não tem semelhança real, pois tudo é alterado no conjunto e no fundo. O Espírito, repito-vos, tem uma perspicácia divina que se estende a tudo, visto que pode adivinhar mesmo vosso pensamento; também pode, apropriadamente, tomar a forma que melhor pode trazê-lo de volta às vossas recordações. Mas, de fato, o Espírito superior que acabou suas provas, gosta da

forma que pôde conduzi-lo para perto de Deus.


11. Os Espíritos não têm sexo; no entanto, como ainda há poucos dias é reis homem, tendes em vosso novo estado mais da natureza masculina que danatureza feminina? Acontece o mesmo a um Espírito que tivesse deixado seu corpo há muito tempo?


– R. Não fazemos questão de ser de natureza masculina ou feminina: os Espíritos não se reproduzem. Deus cria-os à sua vontade, e se, para seus desígnios maravilhosos, ele quis que os Espíritos se reencarnem na terra, ele precisou acrescentar a reprodução das espécies pelo macho e a fêmea. Mas, vós o sentis, sem que seja preciso nenhuma explicação, os Espíritos não podem ter sexo. Observação: Sempre foi dito que os Espíritos não têm sexo; os sexos não são necessários senão para a reprodução dos corpos; pois não se reproduzindo os Espíritos, os sexos seriam para eles inúteis. Nossa pergunta não tinha o objetivo de constatar o fato, mas devido à morte recente do Sr. Sanson, queríamos saber se lhe restava uma impressão de seu estado terrestre. Os Espíritos purificados dão-se perfeitamente conta de sua natureza, mas entre os Espíritos inferiores, não desmaterializados, há muitos que creem ser ainda o que eram na terra, e conservam as mesmas paixões e os mesmos desejos; estes últimos se creem ainda homens ou mulheres, e eis porque há os que disseram que os Espíritos têm sexos. É assim que certas contradições provêm do estado mais ou menos avançado dos Espíritos que se comunicam; o erro não é dos Espíritos, mas daqueles que os interrogam e não se dão ao trabalho de aprofundar as questões.


12. Que aspecto vos apresenta a sessão? É ela para vossa nova visão o que vos parecia durante a vida? As pessoas têm para vós a mesma aparência? Tudo é igualmente claro, igualmente nítido? – R. Bem mais claro, pois posso ler no pensamento de todos, e estou bem feliz pela boa impressão que me deixa a boa vontade de todos os Espíritos reunidos. Desejo que o mesmo entendimento possa existir não só em Paris, pela reunião de todos os grupos, mas também em toda a França, onde grupos se separam e se invejam, impelidos por Espíritos trapalhões que gozam com a desordem, enquanto o Espiritismo deve ser o esquecimento completo, absoluto do eu.


13. Dizeis que ledes em nosso pensamento; poderíeis fazer-nos compreender como se opera essa transmissão de pensamento?


– R. Isso não é fácil; para vos dizer, vos explicar esse prodígio singular da visão dos Espíritos, seria preciso abrir-vos todo um arsenal de agentes novos, e seríeis tão sábios quanto nós, o que não é possível, visto que vossas faculdades são limitadas pela matéria. Paciência! Tornai-vos bons, e chegareis lá; não tendes atualmente senão o que Deus vos concede, mas com a esperança de progredir continuamente; mais tarde sereis como nós. Tentai então morrer bem para saber muito. A curiosidade, que é o estimulante do homem pensante, vos conduz tranquilamente até a morte, reservando-vos a satisfação de todas as vossas curiosidades passadas, presentes e futuras.


Enquanto se espera, dir-vos-ei para responder bem ou mal à vossa questão: O ar que vos rodeia, impalpável como nós, leva o caráter de vosso pensamento; o hálito que exalais é, por assim dizer, a página escrita de vossos pensamentos; eles são lidos, comentados pelos Espíritos que se chocam convosco incessantemente; eles são os mensageiros de uma telegrafia divina a que nada escapa.

A morte do Justo.

Após a primeira evocação do Sr. Sanson, feita na Sociedade de Paris, um Espírito deu, com esse título, a comunicação seguinte:


A morte do homem do qual vos ocupais neste momento foi a do justo; ou seja, acompanhada de calma e de esperança. Como o dia sucede naturalmente à aurora, a vida espírita sucedeu para ele à vida terrestre, sem abalo, sem dilaceramento, e seu último suspiro se exalou num hino de reconhecimento e de amor. Quão poucos atravessam assim essa rude passagem! Quão poucos, após a embriaguez e os desesperos da vida, concebem o ritmo harmonioso das esferas! Assim como o homem saudável, mutilado por uma bala, ainda tem dor nos membros dos quais está separado, assim a alma do homem que morre sem fé e sem esperança, se dilacera e palpita escapando do corpo, e lançando-se, inconsciente de si mesma, no espaço.


Rezai por essas almas perturbadas; rezai por tudo o que sofre; a caridade não se restringe à humanidade visível: ela socorre e consola também os seres que povoam o espaço. Tivestes a prova tocante disso pela conversão tão súbita desse Espírito enternecido pelas preces espíritas feitas no túmulo do homem de bem, que deveis interrogar, e que deseja vos fazer progredir no santo caminho. *


O amor não tem limites; ele preenche o espaço, dando e recebendo sucessivamente suas divinas consolações. O mar se desdobra numa perspectiva infinita; seu limite último parece confundir-se com o céu, e o Espírito fica deslumbrado pelo magnífico espetáculo dessas duas grandezas. Assim o amor, mais profundo do que as vagas, mais infinito do que o espaço, deve reunir-vos a todos, vivos e Espíritos, na mesma comunhão de caridade, e operar a admirável fusão do que é finito e do que é eterno.



GEORGES.


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*Alusão ao Espírito de Bernardo, que se manifestou espontaneamente no dia das exéquias do Sr. Sanson. (Ver a Revista Espírita de maio de 1862, p. 132.)

Obervações da redação: Todo o texto foi retirado de o Céu e o Inferno de Allan Kardec obra básica da doutrina espírita, e livro pouco estudado nas casas espíritas do Brasil, o tema evocação, é um tema sério e importante, que todos devem estudar, e sem passar pelo Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns e o Céu e o Inferno é díficil entender os fatos.


Os emails comentando o assunto podem ser enviados a davidchinaglia@gmail.com







Nota: Presidente da Sociedade Espírita de Paris, em 1862 citado no trecho era Allan Kardec que conhecia o falecido que foi quem ditou o texto e respondeu as perguntas.