ESPÍRITAS CONTRA O ESPIRITISMO A QUEM INTERESSA ESTE DUELO SEM FIM?

Estimados companheiros de jornada no planeta terra, é hora de falarmos do que vem ocorrendo dentro do MEB (Movimento Espírita Brasileiro), de separarmos o que é DE (Doutrina Espírita), mais uma vez de egos, lutas, vaidades pessoais, de donos da verdade e seguidores doutrinários que mais parecem querer ser possuidores da verdade absoluta, do que de fato aprendizes de uma doutrina, ajudar, fazer a caridade e educar, O QUE É O ESPÍRITISMO.

Vamos começar pelo começo, o senhor desta foto, primeiro não era milagreiro, não era dono da dita verdade, e nem quis descobrir nada, aliás fazia questão que todos soubessem que ele nunca pretendeu inventar o Espiritismo (chamado assim desde de sua jornada), Rivail aliás começou como adversário dos fatos ligados a espíritos, ele iniciou pesquisando para acabar com a farsa das mesas girantes (uma das vertentes que nos levaram a codificação feita por ele).

Na obra O que é o espiritismo, ele declara ter demorado 01(hum) ano, para aceitar algumas coisas, e entender o processo espírita,  em A RE (Revista Espírita) declara que jamais pensaria ter descoberto tanto, e sua sede de saber, de conhecer, descobrir de forma lógica o levou a exaustão, e em 14 anos a morte física sem terminar seu trabalho.
Sim Kardec errou contra si, era humano, muito faltou a Kardec, por ter sido desobediente e não ter cuidado de sua saúde, e ser centralizador demais, algo muito comum naqueles tempos.

Vamos nos lembrar amados espíritas que Kardec não foi médium, não recebeu espírito nenhum, foi um dirigente espírita, fundador do primeiro centro espírita do Mundo, em Paris, França. um homem que ligou a ciência a Deus, e jamais em nenhum momento quis fundar uma religião.
Rivail usou até um pseudonimo para poder divulgar, a boa nova, em tudo questionou, perguntou, orientou, tomou decisões certas, algumas que hoje poderíamos dizer não as melhores, porém como falamos hoje era o que ele tinha naquele momento.
No contexto final, serviu ao propósito, abrir o grande portal da vida na Terra com a vida além da vida, iniciar, começar, e não determinar a verdade, deu o caminho, que muitos iriam seguir depois dele, um Marco Polo da doutrina.

No Brasil muitos anos depois surgiu um médium que sem ler Kardec, a fundo, a sombra do abacateiro e anos antes em sua Pedro Leopoldo MG, foi procurado por espíritos, tinha visões, tinha sensibilidade, tinha emoções, nada de Kardec que sempre fora firme, não se envolvia na dor alheia, e não queria mudar nada, Chico Xavier queria ajudar, seguindo a trilha do amor divino de Jesus, confortar com suas cartas, e recebeu o dom de ouvir espíritos.

Francisco Candido Xavier, psicografava cartas e mensagens de espíritos, seus mais notáveis textos foram de experiências vividas no plano espiritual, por Emmanuel, e André Luiz.

Estes dois mentores de Chico, deram via suas mensagens, uma visão igual ao que deram os médiuns de Kardec, com seus espíritos codificadores,  e muitas outras vertentes suas mesmo.
Como tudo na terra, do ser humano Chico Xavier fez sucesso e logo colocaram alguém mais letrado Waldo Vieira para dar a Chico o tal perfil, já que infelizmente suas cartas davam poder e cura, logo vaidades e crenças eram feridas, interesses também, mas Chico foi blindado não pelos homens e sim pela espiritualidade.

Emmanuel é um espírito mensageiro, de relatos de fatos de seus superiores pertencente a uma ordem de espíritos que cumprem ordens e tentam dar vertentes e ensinamentos dentro da regra básica da caridade.

André Luiz, que na terra foi médico, logo ligado a um centro de interesses fixados mais a ciência, a lógica, escreveu o QUE ELE VIU, A FORMA DELE VER E ENTENDER O QUE ENCONTROU POR LÁ.
André Luiz forneceu ao médium Chico, a sua visão, sua pesquisa, seu entender, várias vezes conta a história André Luiz foi chamado atenção por revelar ou falar fatos que não seriam naquele momento importante, porém qualquer iniciante sabe, que nem Allan Kardec escreveu tanto sobre a função da glândula PINEAL, como André Luiz, um entre outros benefícios dele a doutrinalogo, sua importância ao centro de pesquisas dos encarnados é relevante.

O que tem Kardec e Chico em comum ?, eram mensageiros, um mais culto, mais firme, mais preparado, (Kardec) mais razão, para  dar a humanidade o caminho, orientações de base, ou seja, um norte do que ainda seria revelado, regras e ponto.

Já Chico Xavier, num país com muitos problemas de cultura, de regras, e leis era mais emoção, e claro que temos que falar dos outros dois espíritos por ele conceituado.
Falo que Chico apenas emprestava seu amor, sua doação, seu corpo aos companheiros da vida além da vida, que vieram mais no amor, na fraternidade, dando curas, esperança, portanto como a personalidade de Chico Xavier é hoje vista como um mix de Emmaniel e André Luiz.

então em nome da humanidade, ONDE CHICO XAVIER É CONTRA KARDEC ? onde está escrito que KARDEC É A VERDADE ABSOLUTA ?
Eram tempos diferentes, e vamos ser justos, quantos espíritas temos no Brasil hoje, 22 milhões ? ótimo sem Chico Xavier, não seríamos 1 milhão está claro isto.

Sim, dirão mas a FEB (Federação Espírita Brasileira) fala uma coisa e faz outra? Amados desde o tempo de Bezerra de Menezes outro grande colaborador desta doutrina, a FEB tenta ser a reguladora, do poder do espiritismo, seus desmandos políticos, seus erros em aceitar Jean Batist Roustaing como obra fundamental tanto quanto a de Kardec, e outras sandices políticas, não manda em nada, não tem carta de Jesus, nem da espiritualidade dizendo que ela é o fiel da balança.

Amados, temos o norte, o rumo ofertado por Kardec, peguemos as lições que nos servem de Chico Xavier e seus mentores, de Bezerra de Menezes, de Ivone, de tantos outros, e somemos para fazer um grande suco de sabedoria.

Sabedoria espírita, porque AMADOS, EU VOS GARANTO, se tudo em André Luiz e Emmanuel fossem errado, já teriam sido desmentidos, existem erros, claro que sim, eram imperfeitos não santos.

Vamos lembrar que Chico vivia com evidências claras de sua fé de origem católica, porque não nos esqueçamos que Chico jamais confrontou a igreja, sempre a respeitou, e queria que ela o respeitasse, e em sua casa tinha terços, e simbolos da Igreja Católica, inclusive morreu com eles, dividido entre os dogmas católicos, e o novo Mundo apresentado por seus amigos mais diretos, e outros que vieram com o tempo.

Em que momento algum fanático quis dizer que ser espírita era ser Kardec, e esquecer o que falou, escreveu Chico, ou que fez ele?

Em que momento o que escreveu Chico, falou, fez quis desmerecer a obra do codificador.

Tanto Kardec na história da doutrina, como Chico na história da mesma doutrina no Brasil são de alta relevância.

Me lembro que advertido por Herculano Pires várias vezes Chico Xavier falou com Emmanuel, que mandou um carta, onde dizia claramente, "onde o que eu falo e escrevo e vos conto colocar em dúvida Kardec, fiquem com Kardec".

Oque não posso aceitar é que a lógica de Kardec, não previu não foi dado conhecimentos de fatos, que foram através de Chico por Emmanuel e André Luiz, seja anti espiritismo, seguidores de Chico hoje chamados de "Chiquistas" se confrontam em centro espíritas com seguidores do chamado espiritismo puro e doutrinário de Kardec.

O que é ser puro doutrinário mesmo ? o que falava Jesus, amor, caridade, doação, não um caminhão de regras.

Nosso Lar, foi plasmada pela mente dos homens, não sei nunca fui lá, sei o que escreveu André Luiz, o UMBRAL EXISTE, NÃO ISTO TODOS CONCORDAM QUE O umbral é um estado de espírito, se é naquele lodo que você quer ir quando morrer vá, e não perturbe noções de ninguém.

O grande problema não é Kardec, nem Chico, nem Emmanuel, nem André, são os homens querendo o poder da verdade que ainda não sabemos.
Meu pai morreu ao meu lado á 09 anos, eramos amigos, ele reporter, e vos garanto que até hoje ele não voltou para dizer é assim assado, como combinamos, então, eu acredito no que quero, não no que me pedem.

Existem Centros praticando o anti espíritismo, dando hóstia católica, outros água fluidificada, outros papéis, outros ofertando cura, sem saber o que é isto, pois é necessário sim alguns sofrimentos, para entendimento de dores que causamos nesta ou em outra vida, então quem quer fazer do seu centro uma filial da igreja católica, com músicas, orações de padre, conselho de clero, que o faça, um dia responderão por isto.

Agora dividir uma DOUTRINA, um movimento por vaidade, eu e muitos amigos meus lutaremos contra.

E inclusive com ajuda espiritual, chega de boboseiras humanas, a TERRA passa pelo seu pior momento desde as cruzadas, porque ali, por estas vaidades e orgulhos e por matarmos em nome de Jesus, perdemos 600 anos de vida e até hoje não nos recuperamos.

Não temos tempo a perder, ou a discutir, já se faz tarde, temos que unir, os conhecimento de Kardec, os de Chico, as mensagens de Emmanuel, André Luiz, Bezerra de Menezes e outros grandes espíritos.

Médiuns todos erram ontem ouvi uma do Divaldo Pereira Franco sobre símios, meu Deus, de doer, e nem por isto ele deixa de ser grande, errou, sim, quem não errou nesta doutrina.

BASTA! FALEMOS MAIS DE JESUS, DE AJUDAR HUMANOS, DE RECUPERAR ESTE PLANETA, DO QUE QUEM TEM MAIS RAZÃO.

Sim eu sei que não é fácil, os chamados Kardecistas lutam com pessoas, seres humanos, não pelo conhecimento, nem pela fé, mas para combater o que não entenderam em Chico, o lado do amor, e em seus espíritos, a ausência da razão, puro amor, eis o mistério desta doutrina.

Chico e seus mensageiros deram apenas a sua visão, repito Kardec deu o caminho, milhares de outros médiuns deram sua ajuda a uma doutrina que apenas caminha, somos aprendizes, e estamos nos esquecendo que pouco importa se Kardec não falou que teríamos cachorros no plano espiritual, e por algum motivo, para confortar, ou para plasmar, para poder dar uma informação, Chico e Emmanuel, resolveram faze-lo.

Não sei onde os termos de André Luiz para a vida em Nosso Lar, torna ele errado, e Kardec certo, são momentos diferentes, um precisava enfrentar mitos, igrejas, pensamentos, crises convulsivas, magnetistas, e outro, vinha apenas para curar, para ensinar para ajudar, o engenheiro, e pedreiro ? talvez sim talvez não, nós sabemos que Kardec tendia ao Magnetismo, tinha um pézinho forte lá, então justo dizer que deu uma manobrazinha pelo que acreditava.

Chico Xavier, católico e espírita deu a sua manobrazinha em prol dos seres vivos, e até dos espíritos, logo não tem santo nesta doutrina, estamos aprendendo, e chega disto, UNAMO-NOS EM PROL DO CONHECIMENTO, DA FÉ, DA CIENCIA, BASTA, BASTA EM NOME DE JESUS.

Errado o que está errado ? livros e livros aproveitando da boa vontade humana, interesses humanos, lucros, má fé, de mulheres e homens em centros espíritas, donos da verdade professores de Deus, ok, eu entendo, mas e onde Kardec e Chico viram inimigos, certo ou errado, por favor parem estão aniquilando esta doutrina.

Jesus diria, tolos, orgulhosos, prepotentes, acordem, seu mundo está a caminho do fim e estão preocupados com certo e ou errado, quando é necessário juntar as experiências, e amar ao próximo como a si mesmo, e a Deus acima de todas as coisas, não importa a forma que você veja Deus.

Esta doutrina sobrevive as guerras de ego há 159 anos, Jesus sobrevive ao ódio, ao rancor há 2015 anos, sim temos vida além da vida, temos esperança, temos sonhos de encontrar, pais, mães, amigos, amores que se foram, outros que ainda irão, sonhos de que não somos um animal com começo, meio e fim, e sim criação de inteligências máximas para evoluir, povoar, ensinar, com muitos mensageiros, muitas verdades, e muitas dúvida a serem esclarecidas.

É necessário um toque de amor, de paciência que o problema não está nos nossos mensageiros escolhidos, mas nos homens e mulheres, que com medo e com ativismos religiosos, sejam evangélicos ou católicos, dançam e jogam com sua fé dentro de uma doutrina ainda criança, perto de tantas crenças antigas.

Ensinar certo, sim eu sei, existem equivocos de Chico, provavel que sim, existem dúvidas de Kardec que nem Amélie sua fiel escudeira conseguiu fazer ele ir embora da Terra sem elas, porque, ainda estamos só no começo, então ao invés de querer ser donos da razão, paremos de atirar em nossa própria doutrina, em equivocos de Bezerra, tivemos também de Léon Denis, paremos em querermos ser absolutos e corretos porque não somos, somos tomadores de vinho, que ainda querem enfrentar a verdade de sua história, pensando que são filhos de Zeus, e são apenas tolos, que se esquecem da máxima de Jesus, AMOR.

Vamos trabalhar, unir o melhor de Kardec e de Chico, e de outros espíritas em prol desta doutrina e não nos separar ou dividir, os mundos estão em guerra, ou ainda não viram, que é na dúvida que o mal, está dividindo a doutrina, que é atacando Chico e Kardec e criando facções do certo e do errado, que estamos criando um socialismo pedante e nojento dentro da doutrina, onde poucos irão sobreviver.

Existe hora dos espíritos e hora dos encarnados, vamos agora cuidar dos encarnados, os espíritos já são espíritos, aprendam uma coisa, que se tudo que Chico Xavier fez fosse tão errado o plano espiritual automaticamente já teria desmentido muito coisa, se a rigidez e teimosia de Kardec estivesse certa, ele teria ido mais longe do que foi, e que ambos um na França outro no Brasil foram apenas mais dois, e muitos ainda virão, desde que tenhamos bom senso, para manter os seguidores desta doutrina unida nos preceitos de Jesus.

David Chinaglia, 57, é espírita, escritor, pesquisador e palestrante espírita, no facebook está em David Chinaglia, e-mail pelo davidchinaglia@gmail.com  , É APRENDIZ DE JESUS, colabora e é  editor deste blog, que já salvou em 03 anos, 05 vidas do suícidio, que devolveu Deus e a fé a mais de 50 pessoas, blog este que trouxe escritores e palestrantes com as mais variadas opiniões, em prol do esclarecimento da DOUTRINA ESPÍRITA.

O ROSTO É DOS OUTROS - POR RICHARD SIMONETTI

Lição básica, em Espiritismo, ensina que, num planeta de expiação e provas como a Terra, escola das primeiras letras no aprendizado das Leis Divinas, a grande alavanca evolutiva, que nos desloca do imobilismo egoístico para a dinâmica da fraternidade, é o sofrimento.

Assim, somente por exceção encontraremos alguém cuja existência flui tranquila, alheio às dores do Mundo, algo tão inusitado, tão estranho, que é como se não estivesse vivo, conforme exprime admiravelmente Francisco Otaviano:

Quem passou pela vida em branca nuvem

E em plácido repouso adormeceu;

Quem não sentiu o frio da desgraça,

Quem passou pela vida e não sofreu;

Foi espectro de homem, não foi homem,

Passou pela vida, não viveu.

O que nos leva a supor que há pessoas sem problemas, cuja existência semelha-se a um mar de rosas, é o fato de carregarem o fardo de suas dores sem lamentações nem desânimo, demonstrando muito valor e determinação.

Ensina a sabedoria popular que o coração é nosso, mas o rosto é dos outros. Imperioso conservar o bom ânimo, a disposição de sorrir, a expressão suavizada por irrestrita confiança em Deus, porquanto ninguém se edifica nem se anima diante de um cenho carregado, como outdoor de mau gosto fazendo propaganda da infelicidade. Segundo a expressão bem-humorada de uma freira, a pessoa amargurada é uma obra prima do demônio: ninguém se sente feliz a seu lado.

Curiosa pesquisa demonstrou que a expressão facial, que geralmente reflete nossas emoções, pode deixar de ser efeito para transformar-se em causa. Voluntários que, a título de experiência, conservaram expressão sombria, em pouco tempo sentiram tristeza e mau humor.

Há quem alegue dificuldade em manter o sorriso, reclamando que seus males excedem o razoável. Evidentemente, sempre nos parecerá mais fácil enfrentar a adversidade sendo rico com saúde a ser pobre e tuberculoso...

Consideremos, entretanto, que as dores do Mundo não são distribuídas aleatoriamente, como uma loteria de desgraças, com prêmios maiores ou menores. O montante dos problemas cármicos que enfrentamos diz respeito não apenas às nossas necessidades evolutivas, mas, também, à nossa capacidade de solucioná-los. Inconcebível que Deus nos imponha situações insuportáveis, uma cruz que não possamos carregar.

Um ótimo recurso para desanuviar a mente e suavizar o rosto, até mesmo para evitar rugas precoces e perturbadoras tristezas, é a conversa com o espelho. Parecer-nos-á risível a carantonha amargurada, se nos dispusermos a um questionamento franco e severo com a imagem refletida, como quem passa um pito em si mesmo:

─ Coitadinho! Tão infeliz! Estão judiando do filhinho da mamãe! Qual o quê! Você devia ter vergonha na cara! Há milhões de pessoas em situação pior e nem por isso estão brigadas com a Humanidade. Tome jeito, rapaz! Pare com isso! Não contamine o ambiente com suas indébitas amarguras! Experimente sorrir!

Um homem de ânimo forte, desses que enfrentam as situações mais difíceis fazendo blague, teve grave problema circulatório que culminou com a amputação de uma perna. Algum tempo depois se manifestou o mesmo mal na outra perna, que foi também amputada. Após a segunda cirurgia, tão logo despertou da anestesia, o médico perguntou-lhe:

─ Então, como se sente?

─ Estou bem, Doutor, mas há um probleminha que será difícil solucionar.

─ Fale. Farei o que for possível.

─ Creio que nem o senhor poderá me ajudar. É que sem as pernas não sei mais em que pé está à situação...

Quem consegue rir dos próprios males jamais será infeliz.

  Richard Simonetti, 80 anos, escritor espírita, palestrante, dirigente doutrinário, está na doutrina a mais de 58 anos, viveu fatos históricos do milagre de Uberaba, é um dos mais requisitados para falar da vida após a vida, e sobre nossa conduta dentro do planeta terra, na internet tem um página no facebook Richard Simonetti, e colabora com o nosso blog, onde recebe e-mails da matéria e assunto de palestra pelo richardsimonetti@uol.com.br

FALTA DE SENSIBILIDADE - POR ORSON PETER CARRARA

O escritor Rubem Alves (www.rubemalves.com.br) publicou no Correio Popular, de Campinas, caderno C, página C-2, de 18 de julho de 2004, uma bela crônica intitulada O que é que você faria? Considerei-a muito oportuna. Embora longa (quase uma página), destaco ao leitor o teor principal. Ele traz uma estória no artigo e usa um exemplo médico, desculpando-se pela comparação, para citar como é importante a maneira de dizer as coisas ou se quisermos, como dizemos e a quem. Pois esta maneira pode destruir vidas e sonhos.

            A história citada pelo escritor comenta o relacionamento de um casal que muito se ama. Ela desenvolveu um câncer no seio e teve que extraí-lo, mas isso não abalou o relacionamento do casal, apesar das dores e aflições. Em cinco anos, o outro seio também foi afetado, mas o bom e amigo médico que antes a atendera já havia morrido.
            Procuraram outro médico, mas este, completamente insensível às dores do casal e especialmente da mulher, ao vê-la sem um seio, já exclamou friamente: “Mas a senhora já não tem um seio... Seu caso é muito mais grave do que eu imaginava”.
            E o escritor, comentando a própria estória, colocou em seu texto: “Fico a me perguntar. Por que é que ele falou o que falou? Não falou para informar mulher e marido de uma coisa que não soubessem. Eles sabiam que ela não tinha um seio. Também não falou para certificar-se de algo que estava vendo mas não via bem, por ser ruim dos olhos, pois ele enxergava muito bem. E qual a razão do seu frio, imediato e cruel diagnóstico. Para que falou isso? Era necessário? Não, não era necessário. Seu diagnóstico em nada contribuiu para o tratamento daquela mulher. Ou será que ele falou assim por inocência?

Não imaginava o veneno que suas palavras carregavam? Não imaginava o efeito de suas palavras sobre aquela mulher despida, sem um seio, humilhada, amedrontada. Se falou por inocência digo que o dito médico só pode ser um idiota que nada conhece sobre os seres humanos”
            E continua: “Crueldade não é algo que somente existe nas câmaras de tortura. Ela se faz também com palavras. Há palavras cruéis que apagam a tênue chama da esperança. (...)” E pergunta em seguida: “(...) qual é o lugar, nos currículos de medicina, onde tanta coisa complicada se ensina, para uma meditação sobre a compaixão? É na compaixão que a ética se inicia e não nos livros de ética médica. Ah! Dirão os responsáveis pelos currículos – compaixão não é coisa científica. Não entra na descrição dos casos clínicos. Não pode ser comunicada em congressos. Portanto, não tem dignidade acadêmica. Certo. Mas acontece que não somos automóveis a serem consertados por mecânicos competentes. Somos seres humanos. Amamos a vida, queremos viver. Sofremos de dores físicas e de dores da alma: o medo, a solidão, a impotência, a morte. O que esse médico fez não tem conserto. Uma vez feito a ferida sangra. Palavras não podem ser recolhidas. O sofrimento foi plantado.(...)”
            E como indagou o autor em seu texto, deixo a pergunta para nós mesmos: o que é que faríamos na mesma situação? Claro que não especificamente como médico, pois o exemplo se aplica a qualquer outra ocorrência de relacionamentos humanos.

A situação traz à lembrança o capítulo X de O Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado Bem-aventurados os misericordiosos. No subtítulo O argueiro e a trave no olho, em lúcido texto, pondera o Codificador: “Um dos defeitos da Humanidade é ver o mal de outrem antes de ver o que está em nós. (...) Que pensaria eu se viesse alguém fazendo o que faço? Incontestavelmente é o orgulho que leva o homem a se dissimular os próprios defeitos, tanto ao moral como ao físico. Esse defeito é essencialmente contrário à caridade, porque a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente (...). Se o orgulho é o pai de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes; encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações (...)”.

Nessa última palavra, podemos enquadrar as situações do exemplo acima, na questão médica e que pode ser transferida para qualquer outra situação, onde nos permitimos desprezar, discriminar, maltratar com palavras ou acentuar o sofrimento de alguém com nossa maneira de dizer...
Afinal, nada justifica a crueldade, ainda que em palavras.

Orson Peter Carrara, é espírita, escritor, e palestrante, colabora com este blog semanalmente.