quarta-feira, 13 de agosto de 2014

QUE TIPO DE ENERGIA ESTOU EMITINDO ? - Por David Chinaglia


Companheiros de jornada no planeta Terra, em tempos complexos para nós, encarnados, onde vivemos momentos tensos nas casas espíritas, com nossa fé, com a forma de encarar as problemáticas da vida, porque estamos sempre tão mal, precisando de ajuda espiritual, socorros, passes, atendimentos fraternos, porque?






Quando olhamos uma mensagem do Bispo de Bordeaux, no ano de 1862, do Evangelho Segundo o Espiritismo, vemos uma das frases do texto de João, assim descrita:

"Sede indulgentes para as faltas alheias, quaisquer que sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações, e o senhor usará de indulgência para convosco, com asastes para com os outros"

Muito se pegarmos a partir daqui, vemos que a energia que está gravitando em nós, geralmente vem por ações que não conseguimos perdoar em terceiros, na sociedade, na família, e em nossos compromissos.
Vivemos tormentos, pelos erros do passado, não conseguimos perdoar e alguns de nossos algozes o que é pior já morreram, estão noutra, e nós estamos aqui ainda remoendo, o que podemos trazer para perto de nós então?
Bons espíritos ?
Boas energias ?

Claro que não, se vivemos em sexolatria, em busca de amores impossíveis, em busca de vingança, com raiva, magoa, falta de perdão, negatividade, iremos trazer o mal, viveremos doentes, pertubados, com insônia, dores na costas, estomago, e não adianta tomar passe espírita em dose cavalar, só mudará quando mudarmos os pensamentos, e as nossas atitudes, acredite o Universo atua para você e não contra você a natureza é uma forma de você se energizar e refletir.



Estamos vendo a depressão cobrir a sociedade numa velocidade maior que o vírus fatal Ebola, vemos suicídios, doenças, revoltas, brigas, discussões, e nada muda, porque não muda a energia que estamos emitindo, e logo por sequencia recebendo.

Aprenda algo que ensinava um de meus professores espíritas, você pode odiar uma pessoa, desejar o que quiser a ela, porém se ela não estiver nem aí contigo, esta energia do mal que você gera, baterá na pessoa, não vai lhe atingir, mas sim atingir a você, é preciso isto?

Vivemos uma falta de tolerância para com o próximo, e para conosco mesmo, e o tempo vai passando, e estamos esquecendo que nossa vida corre, o dia de ontem não voltará mais, o dia de amanhã é incerto, somente o hoje é real.
O objetivo aqui com os senhores é que procurem mais um contato consigo mesmo, com vossos mentores espirituais, com a prece, com o perdão.



Jesus disse, reconcilia-te enquanto está a caminho, necessariamente isto não quer dizer para você fazer festas de amor, com um algoz, mas lhe fornecer o perdão com ele ou ela vivo, e seguir sua vida.
Emitir para você e para quem te ama, e você realmente ama, boas energias, e com isto bons espíritos, praticar a doutrina, ajudar, participar, fazer mais preces, e agradecer.

Parem de pensar na morte, os livros sobre a temática cresce a cada dia, parem de olhar para a próxima etapa da vida no plano espiritual como uma saída.
Não haverá saída se não terminar a jornada aqui de maneira positiva.

Allan Kardec codificou a doutrina espírita, não a inventou, foi apenas um seguidor de suas convicções, da sua fé em Deus, da sua confiança nas mensagens e nos deu ferramentas, para tocar a vida de forma mais adequada.

No mesmo livro citado aqui do Evangelho Segundo Espiritismo, em 1863, o espírito protetor na cidade de Bordeaux, sob o título José, nos fala da indulgência, que devemos ter para com nossos irmãos, mas que poucos praticam.
Eu iria mais longe, as vezes não praticamos nem conosco mesmo, por isto não permita que pensamentos negativos, tomem conta de sua mente seja você um homem, ou uma mulher.
Meu amigo e escritor espírita Richard Simonetti relembra Jesus, num dos seus programas, e nos diz, "pense o bem o tempo todo, não permita que pensamentos negativos vos dominem, e como disse o mestre que A CADA DIA BASTAM SUAS PREOCUPAÇÕES."

Ou seja, não busque problemas,  e não fique pensando demais siga, perdoe, tire as negativas formas de pensar de agir de perto de si, só assim conseguirá evoluir.
Lembre que o rigor desalenta, afasta, irrita, e só atrai espíritos do mal, e coisas ruins.
É hora de pararmos de responsabilizar espíritos pelas nossas atitudes, quem gera uma situação boa ou má somos nós mesmos, e algo ruim lhe está acontecendo não se esqueça é a colheita, que é obrigatória, o plantio foi livre, então tenha personalidade de não querer que resolvam mazelas feitas por ti.

Ajuda? claro sempre virá, dentro da lei da proporcionalidade, da regra que nos mantém ligados ao mundo espiritual, a vida é o importante aqui, a próxima fase está por vir, sinta-se feliz por estar aqui, com as pessoas que está, da forma que está, agradeça mais, olhe para Jesus, veja o sentido real do que significa o amor de Deus, o amor fraterno, e o faça a partir de ti mesmo, para não chegar ao plano espiritual, derrotado e apenas lamentando, sua jornada é sua jornada, sem milagres, apenas com bons momentos, e maus momentos como todos, manter sempre os mares calmos, e céu azul, depende muito da rota que for escolher.
Emita amor, emita perdão, acreditem ou não em ti, o que valerá durante a vida, e após a morte do corpo físico é o que de fato pensa sua mente, e o que sente seu coração.





David Chinaglia, 56, é espírita, palestrante, pesquisador e praticante da doutrina codificada por Allan Kardec, é editor deste blog, atende pelo e-mail davidchinaglia@gmail.com e pelo Facebook com sua página David Chinaglia.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

UM PAI DE FÁMILIA - POR ORSON PETER CARRARA



orsonpeter92@gmail.com

        Nicolas Cage é o ator principal do filme Um pai de família, lançado em dezembro de 2000 nos principais cinemas do país. O filme mostra a experiência de um bem sucedido executivo de grande banco americano. Com todo o poder nas mãos, podendo adquirir tudo que desejasse e ao mesmo tempo contando com bom número de servidores e subordinados, controlava o grande Banco com mãos de ferro. Conhecido pela grande inteligência e muita habilidade nas questões econômicas, dedicava sua vida em proporcionar lucros crescentes à empresa, que o valorizava com altos salários e invejadas mordomias. Na Noite de Natal, viu-se, entretanto, sozinho e talvez um tanto melancólico recordava-se da antiga namorada deixada há 13 anos, quando resolveu seguir a bem sucedida carreira executiva.


      A sequência do filme deixa entender que o telefonema da ex-namorada, durante o dia no escritório, fê-lo buscar recordações, embora tenha recusado atender o telefone. E nesse estado de espírito, dormiu. Dormiu e sonhou que acordava em outra vida, agora casado com aquela que fora sua namorada e pai de dois filhos. Assustado com a rotina de uma vida familiar, tentou voltar ao Banco onde não foi reconhecido. Desesperado, teve que se contentar com as dificuldades da vida conjugal, de pai de família... Embora mantendo a memória de ser o famoso executivo, não conseguia retomar a própria realidade.
      O filme desenrola-se quase por inteiro no cotidiano de uma família de classe média, culminando com o despertar de nosso personagem em sua vida real de destacado diretor do famoso Banco. O despertar, entretanto, provocou o cancelamento de inadiável reunião marcada para aquela manhã e a busca da antiga namorada, a quem relatou todo o sonho - inclusive citando nome e idade dos filhos, seus sonhos e detalhes da vida em comum. O The end deixa que o público tire suas próprias conclusões, sugerindo um reatar de namoro para transformar em realidade o sonho vivido com tanta intensidade. E há uma frase no filme que é a marca da fita cinematográfica ora comentada: Não importa nosso endereço, o importante é que estejamos juntos. A frase, muito além do aspecto romântico entre casais, indica a importância da família e da convivência entre seres afins, normalmente reunidos no contexto familiar visando o progresso, como bem definem as Leis Divinas. Fica a sugestão ao leitor para apreciação do bem elaborado trabalho.



      Podemos fazer um estudo dos tres parágrafos acima à luz da Doutrina Espírita. Podemos assistir o filme e enxergá-lo sob a ótica espírita. Vários itens podem ser enquadrados. Para efeito didático do artigo, podemos analisar a questão dos laços de família e da missão da paternidade (respectivamente questões 773 a 775 e 582 de O Livro dos Espíritos, que sugerimos para consulta do leitor). Sugerimos porque desejamos analisar o tema com mais abrangência sob outro aspecto: a dos sonhos. Embora se trate de um filme, com suas fantasias, podemos classificar o sonho de que forma?
      No mesmo O Livro dos Espíritos, as questões 400 a 421 tratam do assunto, de onde trazemos as informações seguintes dadas pelos espíritos: O Espírito jamais fica inativo durante o sono do corpo; podemos avaliar a liberdade do espírito durante o sono pelos sonhos; dispondo de mais faculdades que no estado de vigília, durante o sono - enquanto o corpo repousa - o espírito tem a lembrança do passado e às vezes a previsão do futuro; o espírito vê em sonho aquilo que deseja, porque vai procurá-lo; pessoas que se conhecem ou não podem visitar-se durante o sono do corpo, se visitarem e conversarem.
      Já na Revista Espírita (julho de 1865 - vol. 7 - edição Edicel), com o título Teoria dos Sonhos, Allan Kardec desenvolve considerações importantes sobre a questão. Destaca uma classificação sobre os sonhos e apresenta o princípio básico dos sonhos. Usando palavras do próprio Codificador, referindo-se ao Espiritismo: Demonstra que o sonho, o sonambulismo, o êxtase, a dupla vista, o pressentimento, a intuição do futuro, a penetração do pensamento não passam de variantes e graus de um mesmo princípio: a emancipação da alma, mais ou menos desprendida da matéria.
      Esta incessante atividade do Espírito durante o sono do corpo indica que muitas providências, decisões de interesse da alma são tomadas durante o desprendimento pelo sono. Apenas o corpo dorme, pois na vigília ou durante o sono o comandante do corpo é o espírito, senhor absoluto de decisões que o livre arbítrio lhe confere. Decisões que vão interferir na felicidade ou infelicidade, saúde ou enfermidade que o corpo vai experimentar, por constituir-se ele em instrumento dirigido pelo Espírito nele encarnado, como ensina a notável Doutrina Espírita. Na verdade, vivemos uma única realidade e quando na vigília estamos parcialmente bloqueados pelo corpo físico. Quando desprendidos pelo sono, desfrutamos da liberdade plena, cujas imagens e experiências o sonho registra, muitas vezes é claro de forma confusa pois o corpo não participou e o registro pelo cérebro carnal fica confuso. Entre os sonhos, e aqui usando palavras do Codificador ainda na Revista Espírita acima citada, uns há que que tem um caráter de tal modo positivo que, racionalmente, não poderiam ser atribuídos a simples jogo de imaginação; tais são aqueles nos quais, ao despertar, adquire-se a prova da realidade do que se viu, e em que absolutamente não se pensava.
      Não se confunda aqui os sonhos provenientes de pesadelos por alimentação inadequada ou provocados por imaginação excitada e até aqueles oriundos de exageradas preocupações materiais. Vamos enquadrar os casos de origem espiritual, de ativa participação do espírito.
      No caso do filme citado, excluindo-se os exageros da imaginação e da fantasia, poderá notar o leitor que tiver oportunidade de assistir, que tudo foi um sonho, mas a decisão final coube ao personagem da trama vivida, para mudar ou transformar em realidade aquilo que verdadeiramente buscava. E abrimos horizontes para outra questão básica: o livre-arbítrio, que para não alongar o artigo deixo ao leitor pesquisar nas questões 843 a 850 de O Livro dos Espíritos. Porém, a mensagem do filme fica: não importa o endereço, importante é que estejamos sempre juntos.



Orson Peter Carrara, é espírita, dirigente e divulgador da Doutrina, escritor, e colabora semanalmente com o nosso blog.