sábado, 7 de setembro de 2013

PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS - Por Júlio Flávio Rosolen


“v. 23. Tendo vindo ao templo e estando a ensinar, chegaram-se a ele os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo e lhe perguntaram: Com que autoridade fazes estas coisas e quem te deu este poder? — 24. Respondeu Jesus: Também eu vos farei uma pergunta e, se me responderdes, dir-vos-ei com que autoridade faço estas coisas. — 25. Donde era o batismo de João? do céu ou dos homens? Eles, porém, discorriam assim entre si: — 26. Se respondermos que era do céu, ele nos dirá: Porque então não lhe destes crédito? Se respondermos que era dos homens, teremos que temer o povo, pois que João era tido por todos como profeta. — 27. Responderam então a Jesus: Não sabemos. Replicou-lhes ele: Não vos direi tampouco com que autoridade faço estas coisas. — 28. Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: Meu filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. — 29. Ao que o filho respondeu: Não quero. Mais tarde, entretanto, tocado de arrependimento foi. — 30. Dirigindo-se ao outro filho, disse-lhe o homem a mesma coisa. Este respondeu: Eu vou, Senhor, e não foi. — 31. Qual dos dois fez a vontade do pai? O primeiro, disseram eles. Observou-lhes então Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes vos precederão no reino de Deus. — 32. Porquanto, João veio a vós pelo caminho da justiça e não o acreditastes, ao passo que os publicanos e as meretrizes creram nele. Vós, nem mesmo depois de ver isso, fizestes penitência, nem ficastes inclinados a crê-lo.” (MATEUS, Cap. XXV, vv. 23-32).





INTERPRETAÇÃO


Que o Senhor onipotente vos abençoe e vos dê forças para bem cumprirdes as vossas missões!
Queridos irmãos! Queridas irmãs! É, para nós, sempre motivo de alegria recordar as maravilhosas palavras do Mestre nazareno.
A parábola de hoje é simples.
Por ela, traduz-se a humildade.



Por que humildade? Porque aquele que deseja cumprir a vontade do Pai e se predispõe a obedecer aos seus divinos desígnios, teria de ser simples, reconhecendo-se pequenino perante o Todo Universal.
Todos nós, meus irmãos, minhas irmãs, já fomos como um desses filhos da parábola. Quantos de nós prometemos bem cumprir as nossas sagradas missões? Descemos ao orbe planetário com o desejo de procurar, através do caminho da renúncia, a evolução de nossas almas. Mas, ai de nós! Dominados pela nossa falsa fé, com o coração sob o jugo do egoísmo, tomamos caminhos diferentes e  nos esquecemos do que prometemos.



Preferível seria reconhecer-se pequenino para o cumprimento dos seus deveres e, através da oração, procurar forças nos Altos Poderes, para não esquecer o que lhes foi pedido e procurar cumprir o prometido.
Queridos irmãos! Queridas irmãs! É com tristeza que, nos dias atuais, vemos os nossos irmãos encarnados desviarem-se da rota segura do caminho de sua elevação e deixarem-se dominar pelas ilusões do mundo de vícios e de pecados.







Há quem diga: E na época de hoje ainda se fala em pecado?
Meus irmãos, minhas irmãs, esta é uma forma de representarmos as responsabilidades que sobre vós recairão cada vez que, por vós próprios, e de livre vontade, vos deixardes dominar pelo eu material.



Como sabeis, uma partícula da Inteligência Universal está depositada em cada um de nós. Compete-nos desenvolvê-la, cuidar dela com amor, com perseverança, com carinho, para que, em se desenvolvendo, abafe e extermine o outro lado cheio de defeitos e de incertezas.
Esta parábola de nosso amado Mestre veio trazer a todos um reconhecimento das responsabilidades que assumimos ao termos nova oportunidade de ingressar em novo corpo material.
Veio o sublime Rabi lembrar-nos que não estamos aqui para apenas a satisfação dos nossos desejos; quem, ao contemplar as maravilhas contidas neste planeta, onde tudo foi meticulosamente estudado e posto à disposição dos seus habitantes, lembra e eleva o pensamento para Aquele que com tanto amor o criou?



Vêm à Terra e se julgam donos de todas essas maravilhas, mas, ao deixá-la, o que levam? Apresentam, por acaso, ao Tribunal Divino os seus bens terrenos ou se apresentam apenas cobertos pela verdade, pelas ações, pelas palavras proferidas, pelos pensamentos que emitiram?
Se o mundo fosse propriedade dos seus habitantes, pouco restaria dele, porque cada um desejaria levar maiores riquezas, aumentar o seu quinhão. Mas a bondade e a justiça do Mestre fazem-se sentir a todos os instantes. Dá-nos Ele tudo aqui o que nos pode elevar, para que os nossos pensamentos possam se voltar para algo mais construtivo, para que a elevação dos nossos espíritos se faça sentir nas menores coisas.



Mas, o homem não deseja ver, deseja esquecer os seus compromissos, porque para cumprí-los teria de renunciar a si próprio; teria de amar aos seus semelhantes, teria de aprender a perdoar. Eis porque aquelas criaturas humildes, representadas na parábola pelos publicanos e meretrizes, terão maior oportunidade para chegarem ao reino de Deus.
O espírito humilde que reconhece as suas fraquezas, que sabe que a todo instante poderá ser vítima de si próprio, procura analisar os seus atos, pesá-los, medí-los, para que não incorra em novos erros.



Enquanto que aqueles que se julgam todos poderosos, que podem olhar da altura em que se colocam, os seus filhos menores, não querem perder tempo em olhar para aqueles que estão acima de seus espíritos, porque, se assim o fizerem, reconhecerão a sua pequenez. Portanto, eles olham apenas para baixo, esquecendo-se que a luz vem sempre de cima.
Queridos filhos, que procurais seguir os sublimes mandamentos da lei de Deus, esforçai-vos por bem cumpri-los.


Não deixeis que a vaidade corrompa os vossos desígnios de seguir a estrada tortuosa, mas sublime em que aprendemos a amar a Deus e a nossos irmãos.
Se o mundo com os seus erros, atrai-nos, procurai na oração, forças para resistir a essas tentações.



Todo aquele que se propõe a servir ao Mestre será perseguido, será mal compreendido, será muitas vezes julgado impiedosamente; mas estejais certos de que o Mestre divino convosco estará participando de vossas dores; sofrerá convosco, porque, como pai, Ele deseja apenas sentir-vos felizes; não esta felicidade tão procurada, tão invejada na Terra, mas aquela felicidade pura, sincera, que nos faz esquecer de nos próprios quando vemos ao nosso lado alguém que muito mais sofre e precisa de mãos amigas para o consolar.


Neste instante, meus irmãos, minhas irmãs, vós estareis, então, espiritualizados e nada vos atingirá, porque estareis unidos ao Mestre e com amor no coração perdoareis sempre, porque reconhecereis que aquele que vos faz sofrer, longe ainda está de reconhecer a sublimidade das leis de Deus.
Que o Pai vos abençoe e vos torne cada vez mais humildes, para mais receberdes das suas graças.
Graças a Deus!



(Extraído do livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel (Espírito), médium: Neusa Aguiló de Souza – Centro Espírita Oriental “Antônio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 89-92)



JULIO FLÁVIO ROSOLEN é Espírita, participa da Sociedade Espírita Casa do Caminho (SECCA), em Piracicaba, Estado de São Paulo, é Coronel (da reserva) do Corpo de Bombeiros e colabora com o nosso Blog.

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