“16 Ninguém, pois, acende uma luzerna e a cobre com alguma vasilha,
ou a põe debaixo da cama; põe-na, sim, sobre um candeeiro, para que vejam a luz
os que entram. Porque não há coisa encoberta, que não haja de ser manifestada;
nem escondida, que não haja de saber-se e fazer-se pública. (Lucas, VIII:
16-17).
INTERPRETAÇÃO
Que as benditas
palavras de Jesus encontrem eco em vossos corações.
Permitiu o amado
Mestre que aqui, mais uma vez, nos encontrássemos para estudar, comentar,
aprender e distribuir essas luzes de compreensão e de sabedoria com que o
sublime Rabi nos brindou.
Meus irmãos! Minhas
irmãs! Como sabeis o Senhor se serviu sempre de exemplos humildes para que a
compreensão se fizesse nos corações dos seus amados discípulos.
A parábola de hoje
se refere à luz.
Que vem a ser a
luz? Um foco de bênçãos que atravessa as trevas, trazendo a verdade,
transformando-nos naquilo que verdadeiramente somos e não naquilo que desejamos
ou tentamos ser.
Meus irmãos! Minhas
irmãs! Para se vencer na vida é necessário sinceridade; esta sinceridade que
nos permita olhar dentro de nós mesmos, para que nos vejamos com as nossas
imperfeições, os nossos vícios, os nossos erros e naquilo que jamais
conseguimos galgar.
Frisou Ele a
necessidade de não se esconder a luz, porque ela perderia a sua finalidade se,
embaixo de uma cama estivesse ou embaixo de uma mesa, se escondesse.
Ela, assim, estaria
com o seu campo de ação limitado e a luz veio para servir a todos. Não houve
privilégio. A luz nada mais é do que aquela parcela de amor com que todos os
espíritos participam do Todo Universal.
Como sabeis, somos
minúsculas partículas do Poder, da Inteligência e do Amor de Deus.
Compreendia o
Mestre como a humanidade se afastava desses compromissos; como, inebriada,
permanecia alimentando as suas paixões, revivendo dentro de si os mesmos
episódios de desamor, de incompreensão, de intolerância.
Como lembrar a
essas criaturas que elas não vieram à Terra para satisfazer aos seus caprichos,
para rirem, brincarem, à custa do sofrimento alheio?
Precisava que
alguma coisa os chamasse à razão, os libertasse dos vícios; que passassem a ver
por uma pequena réstia de luz, o amor com que Jesus nos brinda, nos oferece e
pede que nos amemos uns aos outros.
Assim, trouxe Ele,
sob a forma de uma candeia, a luz que viria dissipar as ilusões e trazer a
verdade, porque, como sabeis, ela está por trás de todas as quimeras.
Ela se faz perceber
quando as trevas são absorvidas pela luz.
Meus irmãos! Minhas
irmãs! Agradecei ao Senhor esta mensagem singela, humilde, mas que vos fará
pensar, meditar na fragilidade dos espíritos que ainda duvidam de si mesmos,
não sabendo qual rumo seguir.
E a pequena candeia ilumina as estradas de todos aqueles que a quiserem ver; de todos aqueles que, apelando para o Mestre, contritos, sinceros, serão por Ele orientados.
E assim aqueles que
se protegerem pela fé, que se revestirem da fé, que se revestirem de boa
vontade, não temerão jamais as trevas, porque dentro de si estará acesa esta
pequenina chama do amor, este amor que nos agiganta, quando nos sentimos
pequeninos; que nos consola, quando nos sentimos sofredores; que nos humaniza,
quando vencidos pelas incompreensões; que nos transforma, enfim, em verdadeiros
servos de Deus.
Meus irmãos! É
necessário que mediteis nestas parábolas.
Elas vos trazem bênçãos, que perduram ainda; vós, é que não estais à altura de compreendê-las in totum, mas à proporção que fordes melhorando o vosso eu interior, aformoseando os vossos espíritos, pela renúncia íntima, compreendereis melhor as sublimes parábolas do Mestre Nazareno.
A humanidade ainda continua à procura de uma candeia, mas não sabe que ela está dentro de si mesmo.
A humanidade ainda continua à procura de uma candeia, mas não sabe que ela está dentro de si mesmo.
As criaturas não
compreendem, porque não querem sentir a necessidade de abandonar o egoísmo
dominador.
E, para que esta luz se faça sentir, precisam se despir de suas vestes de quimeras, para cobrir-se com a verdade, que a muitos parecerá dura, cruel, mas que bem compreendida, sem excessos de amor próprio, far-se-á sentir meiga, sincera.
Meus irmãos! Minhas irmãs! Desejamos sempre para vós que esses conhecimentos encontrem guarida em vossos espíritos.
Pedimos ao Mestre
que estejais sempre à altura de merecerdes este estudo e possais expandi-los
por todos aqueles que vos buscarem.
Como humilde servo
do Mestre, deixo-vos a minha bênção e que a luz da candeia jamais se apague em
vossos espíritos, para que possais progredir sempre, alcançando a paz e a
felicidade que vos foi prometida pelo Mestre dos mestres.
Graças a Deus!
Bendita seja a luz
de Deus!
(Extraído do
livro: As Divinas Parábolas – Autor: Samuel, médium: Neusa Aguiló de Souza –
Centro Espírita Oriental “Antônio de Pádua”, Recife, PE – 1982, p. 66-67)
Julio
Flávio Rosolen
participa da
Sociedade Espírita Casa do Caminho de Piracicaba,
é Coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, e colabora com o Blog.
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